Milhares participam de funeral do ex-líder do Zimbábue Mugabe
Chefes de estado africanos juntaram-se a milhares de zimbabuanos em um funeral do presidente fundador do país, Robert Mugabe, cujo enterro foi adiado por pelo menos um mês até que um mausoléu especial possa ser construído para seus restos mortais.
O serviço e a exibição do corpo de Mugabe, que morreu na semana passada em Cingapura aos 95 anos, estava no Estádio Nacional de Esportes, na capital, Harare.
Após o anúncio da família Mugabe e do presidente Emmerson Mnangagwa, seu enterro será adiado até que um novo local de descanso para seu corpo possa ser construído no monumento nacional dos Heróis dos Acre.
O anúncio na noite de sexta-feira é a mais recente reviravolta dramática entre sua família e Mnangagwa, um deputado de confiança que ajudou a expulsar Mugabe do poder.
Mais de 10 líderes africanos e vários ex-presidentes falaram em louvor a Mugabe no serviço no estádio construído na China, que atraiu uma multidão que preenchia cerca de 30% de sua capacidade de 60.000.
A maioria dos presentes era partidária do partido governante ZANU-PF no Zimbábue.
O presidente sul-africano Cyril Ramaphosa atraiu vaias da multidão, como resultado dos recentes ataques em Joanesburgo a estrangeiros, incluindo zimbabuenses.
Um funcionário pediu à multidão do estádio que o deixasse falar. Ramaphosa pediu desculpas pelos ataques.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, descreveu Mugabe como "um grande ícone da libertação africana" e "um líder visionário e um campeão incansável da dignidade africana".
Mnangagwa presidiu a cerimônia, com a presença da viúva de Mugabe, Grace, que usava um véu preto.
"Vai bem, nosso ícone revolucionário" e "Adeus, galante, filho do solo" estavam entre os banners elogiando Mugabe, que liderou a amarga guerra de guerrilha para acabar com o domínio das minorias brancas no país então conhecido como Rodésia.
Mugabe foi o primeiro líder do Zimbábue e governou o país desde 1980 por 37 anos, de anos de prosperidade a ruína econômica e repressão.
Ele foi deposto em 2017 pelos militares e por Mnangagwa em um golpe sem sangue marcado por mais de 100.000 pessoas que se manifestavam nas ruas de Harare para exigir que ele deixasse o cargo.
Após a renúncia de Mugabe, Mnangagwa assumiu o poder e venceu as eleições no próximo ano com promessas de campanha que melhoraria a economia em colapso e criaria empregos.
Mas a economia do Zimbábue passou da crise para a crise e alguns na multidão expressaram a opinião de que a vida era melhor sob o governo de Mugabe.
– Associação de Imprensa
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