Rússia adverte Ucrânia contra o uso da força em regiões rebeldes
Os militares russos alertaram o governo ucraniano contra a tentativa de resolver um conflito separatista no leste da Ucrânia com a força, uma declaração que aumenta as tensões provocadas pelo aumento de tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia.
Autoridades da Ucrânia e do Ocidente disseram que o acúmulo de tropas pode indicar planos de Moscou de invadir seu ex-vizinho soviético, mas as autoridades russas negaram repetidamente ter tais planos.
Na quinta-feira, o novo ministro das Relações Exteriores da Alemanha alertou a Rússia que pagaria um “alto preço político e econômico” se fizesse qualquer movimento militar contra a Ucrânia.
Annalena Baerbock, falando em Paris durante sua primeira viagem ao exterior um dia após assumir o cargo, enfatizou a necessidade de coordenar uma posição europeia comum ao lidar com vizinhos hostis como a Rússia.
O general Valery Gerasimov, chefe do Estado-Maior Russo, chamou de “mentira” as reportagens sobre a Rússia que supostamente preparava um ataque à Ucrânia e disse que a Ucrânia era a culpada pela escalada das tensões em seu centro industrial oriental devastado pela guerra, conhecido como Donbass, por implantando novas armas lá.
O general Gerasimov advertiu Kiev contra o uso de força na área. “Todas as provocações das autoridades ucranianas para resolver os problemas do Donbass com a força serão reprimidas”, disse ele em uma entrevista coletiva com adidos militares estrangeiros.
A Rússia e a Ucrânia estão em um amargo cabo de guerra desde 2014, quando Moscou anexou a península da Crimeia e deu o seu peso por trás de uma insurgência separatista no leste da Ucrânia. A luta entre as forças ucranianas e rebeldes apoiados pela Rússia já matou mais de 14.000 pessoas.
As tensões reacenderam este ano em meio a relatos de um aumento de tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta semana que os EUA assumiriam um papel mais direto na diplomacia para tratar das preocupações do presidente russo Vladimir Putin sobre a Ucrânia e a Europa em geral, parte de um esforço mais amplo para dissuadir o líder russo de ordenar uma nova invasão desestabilizadora da Ucrânia.
Oficiais de inteligência dos EUA determinaram que a Rússia posicionou cerca de 70.000 soldados perto de sua fronteira com a Ucrânia e começou a planejar uma possível invasão já no início do próximo ano.
Moscou negou planos de atacar a Ucrânia e, por sua vez, alegou que Kiev poderia tentar recuperar as áreas controladas pelos rebeldes. Autoridades ucranianas negaram a intenção de fazê-lo.
O presidente Putin pediu ao Ocidente que fornecesse garantias que impediriam a Otan de se expandir para a Ucrânia e discutiu a situação tensa em torno da Ucrânia com o presidente Biden na terça-feira.
O presidente Biden, assim como autoridades na Europa, alertou o presidente Putin que a Rússia poderia enfrentar consequências econômicas dolorosas se invadisse a Ucrânia.
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