Saúde

‘Nanopartículas auto-reguladoras’ podem ser aquecidas o suficiente para matar o câncer


Os pesquisadores desenvolveram um novo tipo de nanopartícula que se aquece até uma temperatura que mata as células cancerígenas, mas não tão alta que prejudica os tecidos saudáveis.

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Nanopartículas auto-reguladoras podem revolucionar a terapia térmica para o câncer.

Em um relatório sobre o avanço publicado recentemente na revista Nanoescala, pesquisadores da Universidade de Surrey, no Reino Unido, e da Universidade de Tecnologia de Dalian, na China, descrevem como desenvolveram e testaram a nanopartícula “auto-reguladora”.

A nanotecnologia permite que os cientistas manipulem materiais no nível de átomos e moléculas em uma escala medida em nanômetros ou bilionésimos de metro. É a escala na qual as unidades mais básicas da biologia e da vida operam. Por exemplo, uma fita de DNA tem 2 nanômetros de espessura.

A hipertermia, ou terapia térmica, é um tipo de tratamento que usa calor para encolher ou destruir tumores sem prejudicar os tecidos saudáveis. Seu uso não é generalizado e é frequentemente administrado em conjunto com outros tratamentos, como radioterapia e quimioterapia.

Quando foi sugerido pela primeira vez como tratamento para o câncer, há cerca de 30 anos, a hipertermia foi recebida com muito entusiasmo.

No entanto, o interesse pela hipertermia logo diminuiu à medida que começaram a surgir problemas práticos, incluindo a dificuldade de controlar com precisão a temperatura do tecido alvo.

Os pesquisadores por trás do novo estudo explicam que a faixa ideal de temperatura para a hipertermia ser eficaz como tratamento de câncer está entre 42 ° C e 45 ° C (108 ° F e 113 ° F). Manter a temperatura nessa faixa pode enfraquecer ou matar as células cancerígenas sem prejudicar os tecidos saudáveis.

“Se conseguirmos manter o tratamento do câncer sentado a um nível de temperatura alto o suficiente para matar o câncer, enquanto baixo o suficiente para parar de prejudicar tecidos saudáveis”, explica o autor sênior Prof Ravi Silva, chefe do Instituto de Tecnologia Avançada da Universidade de Surrey, ” impedirá alguns dos efeitos colaterais sérios do tratamento vital. ”

Nanopartículas magnéticas são pequenas partículas que respondem a um campo magnético – por exemplo, esquentando. Os pesquisadores reconheceram seu potencial para uso na hipertermia do câncer; eles poderiam ser enviados para alvos específicos no corpo e então aquecidos aplicando um campo magnético fora do corpo.

No entanto, o problema de como controlar a temperatura para que as nanopartículas também não destruam o tecido saudável permaneceu. Existem maneiras de manipular as propriedades magnéticas das nanopartículas para conseguir isso?

Em seu estudo, a equipe explica como a adição de cromo (Cr) à nanopartícula de ferrita de cobalto-zinco (Co-Zn) quimicamente estável produziu uma nanopartícula de ferrita de Zn-Co-Cr que possuía as propriedades corretas.

Quando atinge uma temperatura de 45 ° C (113 ° F), a nova nanopartícula perde sua magnetização, de modo que, mesmo que o campo magnético ainda esteja presente, ele não esquenta mais. Essa propriedade é conhecida como “temperatura Curie” do material.

Como explica o autor principal do estudo, Prof. Wei Zhang, da Universidade de Tecnologia de Dalian, “fazendo materiais magnéticos com a temperatura Curie caindo na faixa de temperaturas de hipertermia, a auto-regulação da terapêutica pode ser alcançada”. Isso eliminaria a necessidade de “sistemas desajeitados de monitoramento e controle de temperatura”.

Os testes de laboratório também sugerem que as nanopartículas auto-reguladoras têm uma “baixa toxicidade” para células saudáveis, observam os autores.

Isso poderia ser um divisor de águas na maneira como tratamos pessoas que têm câncer. ”

Ravi Silva



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