Rússia registra a primeira vacina Covid-19 do mundo para animais
A Rússia registrou a primeira vacina para animais do mundo contra a Covid-19, disse seu regulador agrícola na quarta-feira, depois que testes mostraram que ela gerava anticorpos contra o vírus em cães, gatos, raposas e martas.
A produção em massa da vacina, chamada Carnivac-Cov, pode começar em abril, disse o regulador Rosselkhoznadzor.
A Organização Mundial de Saúde expressou preocupação com a transmissão do vírus entre humanos e animais. O regulador disse que a vacina seria capaz de proteger espécies vulneráveis e impedir mutações virais.
A Rússia registrou até agora apenas dois casos de Covid-19 em animais, ambos em gatos.
Dinamarca selecionou todos 17 milhões de visons em suas fazendas no ano passado depois de concluir que uma cepa do vírus havia passado de humanos para visons e que cepas mutantes do vírus haviam surgido entre as pessoas.
Fazendas de peles
Rosselkhoznadzor disse que fazendas de peles russas planejam comprar a vacina, junto com empresas na Grécia, Polônia e Áustria. A indústria de peles da Rússia representa cerca de 3% do mercado global, ante 30% na era soviética, de acordo com o principal órgão comercial.
Alexander Gintsburg, chefe do instituto que desenvolveu a vacina humana Sputnik V da Rússia, foi citado no jornal Izvestia na segunda-feira dizendo que COVID-19 provavelmente atingirá os animais em seguida.
“O próximo estágio da epidemia é a infecção com o coronavírus de animais domésticos e de fazenda”, disse Gintsburg.
Alguns cientistas afirmam que cães e gatos não desempenham um papel importante na transmissão do coronavírus aos humanos e que seus próprios sintomas costumam ser leves se contraírem COVID-19.
Os ensaios clínicos da vacina animal russa começaram em outubro do ano passado e envolveram cães, gatos, raposas do Ártico, visons, raposas e outros animais.
Resposta imune
“Os resultados dos testes nos permitem concluir que a vacina é segura e altamente imunogênica, pois todos os animais vacinados desenvolveram anticorpos contra o coronavírus”, disse Konstantin Savenkov, vice-chefe de Rosselkhoznadzor, no comunicado.
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O cão de guarda disse que os animais continuaram a mostrar uma resposta imunológica por pelo menos seis meses, desde o início dos testes em outubro. Ele disse que continuará a estudar o efeito da vacina nos animais.
Rosselkhoznadzor não disse se havia testado para COVID-19 em animais que desenvolveram anticorpos após serem vacinados.
“O uso da vacina, de acordo com pesquisadores russos, pode prevenir o desenvolvimento de mutações virais, que mais frequentemente ocorrem durante a transmissão interespécie do agente”, disse o cão de guarda.
A Rússia já tem três vacinas contra o coronavírus para humanos, a mais conhecida das quais é a Sputnik V. Moscou também deu aprovação de emergência a outras duas, EpiVacCorona e CoviVac. – Reuters
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