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Região separatista da Geórgia abandona referendo sobre adesão à Rússia | Noticias do mundo


O líder da região separatista da Ossétia do Sul, na Geórgia, descartou nesta segunda-feira os planos de realizar um referendo sobre a adesão à Rússia, que seu antecessor havia marcado para 17 de julho.

A Ossétia do Sul esteve no centro da guerra russo-georgiana em 2008, após a qual o Kremlin reconheceu o território como um estado independente e estabeleceu bases militares lá.

Em um decreto emitido na segunda-feira, o presidente do enclave controlado por Moscou, Alan Gagloev, invocou “a incerteza das consequências legais da questão submetida a um referendo”.

O decreto também enfatizou “a inadmissibilidade de uma decisão unilateral de um referendo sobre questões que afetam os direitos e interesses legítimos da Federação Russa”.

Gagloev ordenou “realizar, sem demora, consultas com o lado russo sobre toda a gama de questões relacionadas à maior integração da Ossétia do Sul e da Federação Russa”.

Em 13 de maio, o antecessor de Gagloev, Anatoly Bibilov, assinou um decreto sobre a realização do referendo, citando a “aspiração histórica” ​​da região de se juntar à Rússia, disse seu gabinete na época.

Bibilov perdeu sua candidatura à reeleição no início deste mês. A Rússia expressou esperança de que Gagloev preserve a “continuidade” nos laços com Moscou.

Tbilisi já havia denunciado como planos “inaceitáveis” da Ossétia do Sul de realizar um referendo sobre a adesão à Rússia.

Crimes de guerra

O anúncio de segunda-feira ocorreu no 96º dia da invasão da Ucrânia pela Rússia, onde separatistas apoiados por Moscou nas regiões de Donetsk e Lugansk também manifestaram interesse em se juntar à Rússia.

A guerra em grande escala na Ucrânia provocou uma onda de solidariedade na Geórgia.

Em agosto de 2008, as forças russas lançaram uma invasão total da Geórgia, que estava lutando contra a milícia pró-Rússia na Ossétia do Sul, depois de bombardear aldeias georgianas.

A luta terminou cinco dias depois com um cessar-fogo mediado pela União Europeia, mas custou mais de 700 vidas e deslocou dezenas de milhares de georgianos étnicos.

O rescaldo da guerra viu o Kremlin reconhecer a independência da Ossétia do Sul e de outra região separatista, a Abkhazia, que desde então permaneceu sob controle militar da Rússia.

O conflito marcou o ponto culminante das tensões com o Kremlin sobre a tentativa de Tbilisi, fortemente pró-ocidental, de ingressar na União Europeia e na OTAN.

Em março, o promotor do Tribunal Penal Internacional com sede em Haia, Karim Khan, solicitou mandados de prisão para três atuais e ex-funcionários da Ossétia do Sul em conexão com crimes de guerra cometidos contra georgianos étnicos.

Os supostos crimes incluíam tortura, tratamento desumano, detenção ilegal, violação da dignidade pessoal, tomada de reféns e transferência ilegal de pessoas.

No ano passado, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos decidiu que a Rússia era responsável por violações de direitos humanos no rescaldo da guerra.



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