Protestos no Líbano à beira da erupção
Os confrontos entre manifestantes libaneses e apoiadores do grupo militante xiita Hezbollah estão colocando as forças militares e de segurança do Líbano em uma posição delicada, ameaçando abrir as perigosas linhas de falha do país em meio a um impasse político.
Durante semanas, as forças de segurança libanesas se esforçaram para proteger manifestantes contra o governo, em contraste com o Iraque, onde a polícia matou mais de 340 pessoas no mês passado em uma resposta sangrenta a protestos semelhantes.
A violência noturna – alguns dos piores desde que começaram os protestos contra a elite dominante do país no mês passado – deu uma prévia do pior cenário para a crise do Líbano, com os militares treinados nos EUA cada vez mais no meio entre o pró e o Hezbollah facções.
Ao atacar manifestantes na noite de domingo, o Hezbollah enviou uma mensagem de que estava disposto a usar a força para proteger seu poder político.
Confrontar o poderoso Hezbollah, apoiado pelo Irã, está fora de questão para os militares, pois isso destruiria a posição neutra que ele busca manter e poderia dividir suas fileiras.
"O exército está em uma posição difícil, enfrentando múltiplos desafios e se movendo com cautela nas entrelinhas", disse Fadia Kiwan, professora de ciência política na Universidade Saint Joseph, em Beirute.
Ela disse que os militares tentaram proteger os manifestantes e a liberdade de expressão, mas estava cada vez mais discutindo como lidar com o fechamento de estradas e a violência.
O Conselho de Segurança da ONU instou todos os atores do Líbano na segunda-feira a se engajarem em "intenso diálogo nacional e a manter o caráter pacífico dos protestos", respeitando o direito de reunião e protesto pacíficos.
Chamando isso de “um momento muito crítico para o Líbano”, o órgão mais poderoso da ONU também elogiou as forças armadas do Líbano e as instituições de segurança estatais por seu papel na proteção do direito à reunião e ao protesto pacíficos.
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