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O desmatamento na Amazônia aumentou 17% em ‘terrível’ 2020, mostram os dados


O desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, aumentou 17 por cento no ano passado, com incêndios florestais, produção de carne e extração de madeira causando o desaparecimento de áreas florestais do tamanho de El Salvador, de acordo com novos dados publicados na quarta-feira.

A perda de floresta primária – o desmatamento de floresta intacta e antiga pela primeira vez – atingiu seu terceiro maior total anual já registrado desde 2000, atingindo 2,3 milhões de hectares (5,6 milhões de acres) nos nove países abrangidos pela Amazônia.

“2020, o ano dominado pela Covid-19, acabou sendo terrível para a Amazônia”, disse Matt Finer, que lidera um projeto de monitoramento por satélite da Amazônia chamado MAAP para a Conservação da Amazônia, com sede nos Estados Unidos, uma organização sem fins lucrativos que publicou um relatório contendo o dados.

Bolívia, Equador e Peru registraram níveis historicamente altos de desmatamento, enquanto o Brasil teve “outro ano ruim”, perdendo mais de 1,5 milhão de hectares de floresta primária, disse Finer.

Depois do Brasil, os países com a maior perda de floresta primária da Amazônia em 2020 foram Bolívia, Peru e Colômbia – que sofreram a segunda maior perda já registrada – seguidos por Venezuela e Equador, de acordo com o relatório baseado na análise dos dados produzidos pelo University of Maryland.

Causa primária

“A principal causa do desmatamento na Amazônia parece ser a agricultura e a pecuária, variando de operações em grande escala no Brasil ao acúmulo de clareiras em menor escala em todo o oeste da Amazônia”, disse Finer à Thomson Reuters Foundation.

No Brasil, o desmatamento foi em grande parte impulsionado pela conversão da floresta em pasto para o gado, disse o relatório.

No início deste mês, o ministro do meio ambiente do Brasil disse à mídia local que queria US $ 1 bilhão (€ 841 milhões) em ajuda externa de países como os Estados Unidos para ajudar a conter o desmatamento na Amazônia.

O corte de florestas tem implicações importantes para as metas globais de conter as mudanças climáticas, já que as árvores absorvem cerca de um terço das emissões de carbono, que causam o aquecimento do planeta, produzidas em todo o mundo.

Hotspots

O relatório observou que os maiores focos de desmatamento na Amazônia foram encontrados no sudeste da Bolívia, onde incêndios devastaram suas florestas mais secas de Chiquitano e Chaco.

Muitos bolivianos usam táticas de corte e queima para limpar terras para gado ou produção de soja, e os incêndios que eles provocam podem ficar fora de controle e escapar para a floresta em condições secas.

Em partes da Amazônia peruana, o desmatamento causado pela mineração ilegal de ouro diminuiu no ano passado “graças a uma ação governamental efetiva”, disse o relatório.

Mas o Peru ainda teve a maior perda de floresta primária já registrada em sua parcela da Amazônia, ultrapassando 190.000 hectares.

Isso foi em grande parte alimentado pela expansão da agricultura em pequena escala e da fronteira com pastagens, inclusive em terras indígenas, disse o relatório.



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