Militante que matou 101 pessoas em mesquita no Paquistão usava uniforme da polícia
Um homem-bomba que matou 101 pessoas em uma mesquita no noroeste do Paquistão se disfarçou com um uniforme da polícia e não levantou suspeitas entre os guardas, disse o chefe da polícia provincial.
Moazzam Jah Ansari disse que o homem-bomba foi identificado e a polícia está perto de prender membros da rede por trás do ataque de segunda-feira, um dos mais mortais em Peshawar, capital da província de Khyber Pakhtunkhwa.
“Vamos vingar o martírio de cada policial”, disse Ansari em entrevista coletiva na quinta-feira.
A explosão derrubou o telhado da mesquita de 50 anos, matando 101 pessoas, a maioria policiais do sexo masculino.
Cerca de 225 pessoas ficaram feridas.
Ansari falou um dia depois de dezenas de policiais – em um movimento raro – se juntarem a uma marcha pela paz organizada por membros de grupos da sociedade civil em Peshawar, exigindo proteção.
Horas depois do atentado, o ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Mohammad Asif, acusou o Talibã paquistanês, conhecido pela sigla TTP, de realizar o ataque, dizendo que eles estavam operando a partir do território afegão vizinho.
O Paquistão quer que o Talibã afegão aja contra o TTP.
Logo após o bombardeio, um comandante do TTP reivindicou a responsabilidade.
Porém, mais de 10 horas após o ataque, o principal porta-voz do grupo distanciou o TTP da carnificina, dizendo que não era sua política atacar mesquitas.
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Afeganistão, nomeado pelo Talibã, pediu às autoridades paquistanesas que procurassem as razões por trás da violência militante em seu país, em vez de culpar o Afeganistão.
Os comentários de Amir Khan Muttaqi vieram depois que autoridades paquistanesas disseram que os atacantes que orquestraram o atentado suicida de segunda-feira estavam usando solo afegão para atingir civis e forças de segurança.
Mais de 300 fiéis rezavam na mesquita sunita, com mais se aproximando, quando o homem-bomba detonou um colete suicida.
Ansari disse que o agressor não foi revistado porque os guardas presumiram que ele fosse um colega.
“Sim, admito que foi uma falha de segurança e assumo a responsabilidade por isso”, disse Ansari.
O primeiro-ministro do Paquistão, Shahbaz Sharif, visitou um hospital em Peshawar após o atentado e prometeu “ação severa” contra os responsáveis pelo ataque.
O Paquistão, de maioria muçulmana sunita, viu uma onda de ataques de militantes desde novembro, quando o Talibã paquistanês encerrou um cessar-fogo com as forças do governo.
A violência aumentou no Paquistão desde que o Talibã afegão tomou o poder no vizinho Afeganistão em agosto de 2021, quando as tropas dos EUA e da Otan se retiraram do país após 20 anos de guerra.
O TTP é separado, mas um aliado próximo do Talibã afegão.
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