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Espanha violou direitos de ex-líderes separatistas catalães


Um comitê da ONU descobriu que a Espanha violou os direitos políticos de quatro ex-líderes separatistas catalães ao suspendê-los de funções públicas antes de suas condenações pela candidatura de independência da região em 2017.

A decisão é em grande parte simbólica, sem penalidade para o governo espanhol ou os tribunais espanhóis, mas representa um impulso para os separatistas catalães, que continuam a pressionar pela independência, embora seu movimento tenha perdido força.

O Comitê de Direitos Humanos da ONU disse que os quatro foram suspensos após uma acusação de que encorajaram uma rebelião violenta, mas acabaram sendo condenados pela acusação menor de sedição.

Ele disse que a acusação de rebelião violenta “não era previsível”, já que eles pediram que seus seguidores protestassem pacificamente.

“O comitê deu um passo importante ao afirmar que as salvaguardas contra as restrições de direitos políticos devem ser aplicadas com mais rigor se essas restrições ocorrerem antes, e não depois de uma condenação”, disse Helene Tigroudja, membro do painel, em comunicado.

O partido Esquerra Republicana de Catalunya, líder do governo regional, chamou o caso de um exemplo de “repressão política” da Espanha e disse que o sistema legal espanhol “continua fortemente politizado”, com dezenas de casos relacionados a separatistas ainda pendentes.

A decisão do comitê contradiz o Tribunal Constitucional da Espanha, que em 2020 apoiou uma decisão da Suprema Corte de 2018 de suspender provisoriamente os políticos como legisladores regionais pendentes de condenação.

Em 2019, a Suprema Corte da Espanha condenou nove líderes separatistas catalães a longas penas de prisão por sedição, dois anos depois que a Catalunha realizou um referendo, que havia sido proibido pelos tribunais, e declarou brevemente a independência na maior crise política da Espanha em décadas.

Quatro dos líderes apresentaram uma queixa sobre sua suspensão de cargos públicos ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, incluindo Oriol Junqueras, ex-vice-chefe da Catalunha, que recebeu a pena de prisão mais longa de 13 anos.

Os nove líderes deixaram a prisão em 2021 após um perdão do governo de coalizão de esquerda da Espanha. O governo ainda não comentou a decisão.

O comitê da ONU revisou recentemente outros casos relativos a direitos políticos.

Disse em abril que a investigação e acusação do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva violou seu direito de ser julgado por um tribunal imparcial, seu direito à privacidade e seus direitos políticos. -Reuters



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