Dezenas de milhões de vidas em risco na Ucrânia, diz ONU
O chefe de direitos humanos da ONU disse na quinta-feira que dezenas de milhões de vidas estão em risco na Ucrânia à medida que o conflito se intensifica.
Michelle Bachelet pediu a suspensão imediata das hostilidades ao abrir um debate no Conselho de Direitos Humanos em Genebra sobre a criação de uma comissão internacional de inquérito sobre supostas violações da Rússia.
“Dezenas de milhões de pessoas permanecem no país, em perigo potencialmente mortal. Estou profundamente preocupada que a atual escalada das operações militares aumente ainda mais os danos que elas enfrentam”, disse Bachelet.
O embaixador da Rússia no conselho, Gennady Gatilov, rejeitou os pedidos de inquérito, denunciou o que chamou de “regime criminoso em Kiev” e acusou os Estados Unidos e a UE de fornecerem armas letais.
“Não vemos nenhum valor agregado no debate de hoje”, disse ele.
‘Crimes de guerra’
Emine Dzhaparova, primeira vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, disse nas conversas por mensagem de vídeo que as tropas russas estavam realizando atos equivalentes a crimes de guerra e pediu que os responsáveis sejam responsabilizados.
“Os eventos recentes apontam claramente para o fato de que as tropas russas que lutam na Ucrânia cometem as mais flagrantes violações e abusos dos direitos humanos, sistematicamente se envolvem em atos que claramente equivalem a crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, disse ela.
Dzhaparova instou o conselho a adotar uma resolução trazida pela Ucrânia e aliados, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, que lançaria o inquérito internacional. A resolução deve ser adotada em votação na sexta-feira, disseram diplomatas ocidentais.
Centenas de soldados russos e civis ucranianos foram mortos desde que o presidente Vladimir Putin enviou suas tropas pela fronteira em 24 de fevereiro.
A Rússia chama suas ações na Ucrânia de “operação especial”, nega ter como alvo civis e diz que seu objetivo é “desarmar” a Ucrânia e prender líderes que falsamente chama de neonazistas.
Pequim
O embaixador da França, Jerome Bonnafont, falando pela UE, disse: “A gravidade da situação justifica plenamente a criação de uma comissão de inquérito. A Rússia deve ser responsabilizada por seus atos”.
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A embaixadora dos EUA, Sheba Crocker, disse ao fórum: “Estamos profundamente alarmados com os relatos diários de baixas civis e do envio de armas pela Rússia, como munições de fragmentação e termobáricas, contra cidades onde pessoas inocentes estão abrigadas”.
O embaixador da China, Chen Xu, em um discurso que não se referiu à Rússia, disse que Pequim sempre se opôs à politização das questões de direitos humanos e “se opõe ao uso de questões de direitos humanos como pretexto para pressionar outros países”.
“Portanto, nos opomos ao estabelecimento de uma comissão internacional independente de inquérito sobre a Ucrânia”, disse Chen.
Uma equipe do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia partiu para “a região da Ucrânia” na quinta-feira para ver se havia evidências de atrocidades de todos os lados, disse seu principal promotor à Reuters.
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