Chefe nuclear da ONU destaca urgência de negociações com o Irã sobre estoque de urânio
O chefe do órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas enfatizou a urgência de ressuscitar os esforços diplomáticos para limitar o programa nuclear do Irã, dizendo que a situação pode piorar rapidamente se as negociações falharem.
Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, disse que o esforço diplomático “não está no seu melhor momento”, mas não cabia a ele declarar se o processo estava “vivo ou morto”.
No entanto, ele disse que o progresso não é impossível.
“Espero poder redefinir, restaurar, reforçar esse diálogo indispensável”, disse ele durante uma discussão no think tank Chatham House.
“Sem isso, as coisas vão piorar.”
O Irã começou a reconstruir seu estoque nuclear depois que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandonou um acordo de 2015 que limitava seu programa de energia atômica.
As negociações sobre a restauração do acordo terminaram em agosto, quando os países ocidentais apresentaram o “texto final” de um roteiro para o progresso, que o Irã ainda não aceitou.
Grossi alertou no mês passado que o Irã tinha urânio altamente enriquecido suficiente para construir “várias” armas nucleares, se assim o desejasse.
Mas os esforços diplomáticos destinados a limitar mais uma vez o programa atômico do país parecem mais improváveis do que nunca, já que Teerã fornece armas para a guerra da Rússia na Ucrânia e a agitação abala o Irã.
Grossi disse que o Oriente Médio tem um “conjunto único de problemas” que será agravado se os esforços diplomáticos falharem.
“Não vejo interesse de ninguém que haja proliferação ali. Acho que estaríamos agravando… a situação já frágil”, disse ele.
“Ainda não chegamos lá. Mas não podemos nos dar ao luxo de falhar.”
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