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Caminhoneiros que apoiam Bolsonaro bloqueiam centenas de estradas em protesto eleitoral


Caminhoneiros brasileiros que apoiam o presidente Jair Bolsonaro bloquearam centenas de estradas para protestar contra sua derrota eleitoral para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde a vitória do esquerdista Lula na noite de domingo, muitos caminhoneiros congestionaram o trânsito em áreas de todo o país e disseram que não reconhecerão a derrota de Bolsonaro.

Bolsonaro não falou publicamente desde que os resultados oficiais foram divulgados há cerca de 36 horas, nem telefonou para Lula para ceder.

Uma estrada foi bloqueada em Embu das Artes, na periferia de São Paulo (André Penner/AP)

A rodovia de e para o aeroporto internacional de São Paulo – o estado mais populoso do Brasil e maior economia – foi bloqueada e dezenas de voos foram cancelados.

Vídeos nas redes sociais mostraram viajantes rolando suas malas à noite ao longo da estrada para o aeroporto. O acesso foi parcialmente restabelecido a partir das 8h, horário local.

Em Minas Gerais, estado vizinho de campo de batalha na eleição, um vídeo nas redes sociais mostrou um manifestante dizendo a um repórter de O Tempo: “Não vamos parar enquanto não tivermos uma resposta do nosso presidente”.

O homem de camisa verde e amarela – as cores da bandeira brasileira e do movimento conservador do país – alegou que a eleição foi “fraudulenta” e alertou para futuros protestos.

Jornais brasileiros à venda trazem manchetes sobre a vitória eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o presidente Jair Bolsonaro (Bruna Prado/AP)

“Queremos Bolsonaro em 2023 e nos próximos anos”, disse.

Em 2018, uma greve de 11 dias de caminhoneiros paralisou o Brasil, fez disparar os preços dos alimentos e deixou as prateleiras dos supermercados sem produtos, pois os postos de gasolina ficaram sem combustível. Isso causou bilhões em perdas e revelou o vasto poder que os motoristas possuem, principalmente quando se organizam por meio de plataformas de mídia social.

Bolsonaro, um legislador na época e a meses de vencer a eleição presidencial daquele ano, era um defensor declarado dos caminhoneiros.

Este ano, seu governo limitou os impostos interestaduais de combustível para ajudar a reduzir os preços e lançou um programa de ajuda financeira para motoristas de caminhão pouco antes da campanha eleitoral presidencial.

A maioria dos juízes do Supremo Tribunal Federal votou na terça-feira para ordenar que a Polícia Rodoviária Federal libere as estradas bloqueadas imediatamente.

Até as 8h locais de terça-feira, a polícia rodoviária havia removido quase 200 bloqueios, segundo o Ministério da Justiça.

Um morador segura uma placa que diz em português: ‘Camionistas, vocês são o orgulho do Brasil’ para mostrar apoio aos motoristas que protestaram contra a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro (Rodrigues da Silva/AP)

Os promotores públicos federais nos estados de São Paulo e Goiás disseram que abriram investigações sobre os bloqueios.

O Partido dos Trabalhadores de Lula acusou a campanha de Bolsonaro de mobilizar a força policial para criar engarrafamentos e impedir as pessoas de votar no dia da eleição, quando vídeos de funcionários parando ônibus foram lançados nas redes sociais.

O partido disse que os supostos esforços se concentraram particularmente na região nordeste, que é um reduto do Partido dos Trabalhadores.

Bolsonaro perdeu a disputa por uma pequena margem, conquistando 49,1% dos votos contra 50,9% de Lula. Foi a corrida presidencial mais acirrada desde o retorno do Brasil à democracia, há mais de três décadas.

Assim como o ex-presidente dos EUA Donald Trump, a quem Bolsonaro admira abertamente, o titular de extrema-direita questionou repetidamente a confiabilidade do sistema eleitoral do país, alegando que as urnas eletrônicas são propensas a fraudes. Ele nunca apresentou qualquer prova, mesmo quando ordenado pelo tribunal eleitoral.



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