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Brasil recorre a bloqueios e toques de recolher para conter o aumento da Covid-19


O governador da capital do Brasil, Brasília, decretou um bloqueio de 24 horas para todos os serviços, exceto os essenciais, na sexta-feira para conter o agravamento de um surto de Covid-19 que encheu suas enfermarias de terapia intensiva até a borda.

Uma dúzia de estados está ficando sem leitos para pacientes trancados em suas principais cidades, e alguns declararam toque de recolher noturno para tentar impedir a disseminação de novos coronavírus, à medida que os casos atingiram seu pior nível desde o pico da pandemia em julho.

As medidas drásticas ocorreram quando o presidente de direita Jair Bolsonaro, que repetidamente minimizou a gravidade da pandemia que matou 250 mil brasileiros, renovou os ataques a governadores por destruir empregos com fechamentos.

“As pessoas não podem mais ficar em casa. O que mais querem é trabalhar”, disse ele em visita ao Nordeste do Brasil na sexta-feira, um dia depois que o Brasil registrou o segundo pior número diário de mortos, 1.541. Ele ameaçou cortar a assistência federal de emergência à pandemia aos estados que recorressem a bloqueios.

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“De agora em diante, os governadores que fecharem seus estados terão que providenciar sua própria ajuda emergencial”, disse Bolsonaro.

Em Brasília, onde mora e trabalha o presidente, o governador Ibaneis Rocha decretou o bloqueio a partir da madrugada deste domingo.

Lojas, farmácias, postos de gasolina, igrejas e casas funerárias continuarão abertos, disse o assessor, mas tudo o mais fechará, principalmente bares e restaurantes, que foram responsabilizados pelo aumento da disseminação no final do ano passado e no carnaval.

As enfermarias de terapia intensiva em Brasília, a terceira maior cidade do Brasil, estão mais de 80% ocupadas, disse o departamento de saúde.

A situação nas capitais de 17 dos 26 estados brasileiros atingiu nesta semana o nível mais crítico desde o pico do ano passado, segundo relatório do centro biomédico Fiocruz.

O Brasil relatou 65.169 novos casos de Covid-19 nas últimas 24 horas e 1.337 mortes, disse o Ministério da Saúde na sexta-feira.

O país sul-americano já registrou 10.455.630 casos desde o início da pandemia, enquanto o número oficial de mortos subiu para 252.835, de acordo com dados do ministério, no terceiro pior surto do mundo fora dos Estados Unidos e Índia e o segundo mais letal do mundo.

Bolsonaro, que chamou o Covid-19 de “pequena gripe” e disse que não tomará nenhuma vacina, enfrenta críticas crescentes por não conseguir garantir o fornecimento de vacinas em tempo hábil. Até agora, apenas 3% da população foi vacinada.



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