Saúde

A apneia do sono pode ser um fator de risco para a doença de Alzheimer?


A maioria das pessoas com apneia do sono não recebe um diagnóstico. No entanto, exames cerebrais revelaram que pode haver uma associação entre essa condição e uma forma de demência.

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Pode haver uma associação entre apneia do sono e demência, de acordo com um estudo recente.

Segundo a Associação Americana de Apneia do Sono (ASAA), estima-se que 22 milhões de pessoas nos Estados Unidos tenham apneia do sono.

Essa condição, que faz com que uma pessoa pare de respirar durante o sono, pode ser pouco frequente ou regular.

Os médicos se referem à apneia do sono regular como apneia obstrutiva do sono. Sem tratamento, pode levar a uma série de problemas cardiovasculares, incluindo pressão alta, derrame e insuficiência cardíaca crônica.

A apneia obstrutiva do sono também tem ligações à depressão e ao diabetes tipo 2.

“Pesquisas recentes ligaram a apneia do sono a um risco aumentado de demência”, observa o Dr. Diego Z. Carvalho, pesquisador de neurologia da Mayo Clinic em Rochester, MN.

Juntamente com os colegas, ele criou um estudo para investigar se havia uma relação potencial entre a apneia do sono e o biomarcador de Alzheimer em particular.

Este biomarcador é uma proteína chamada tau, que está presente no cérebro de pessoas com Alzheimer. As proteínas tau formam emaranhados que os médicos podem identificar nas varreduras.

“Uma pessoa normalmente tem menos de cinco episódios de apneia por hora durante o sono”, afirma o Dr. Carvalho. A questão é que muitas pessoas não sabem que têm a condição.

O relatório da ASAA estima que 80% das pessoas com apneia obstrutiva do sono moderada a grave não recebem um diagnóstico.

Para determinar qual dos participantes experimentou apneia do sono, os pesquisadores pediram aos parceiros de cama que procurassem episódios de respiração interrompida durante a noite. Um total de 288 pessoas com 65 anos ou mais participaram do estudo. Nenhum apresentava sinais de comprometimento cognitivo.

Além de pedir aos parceiros da cama dos participantes para monitorar seu sono, os pesquisadores usaram exames de PET para verificar se a proteína tau estava presente em seus cérebros. Especificamente, eles examinaram a área do córtex entorrinal, pois é mais provável que os emaranhados de tau se acumulem lá. Essa parte do lobo temporal desempenha um papel na memória, navegação e percepção do tempo.

Dr. Carvalho e colegas descobriram uma ligação entre apneia do sono e uma maior presença de tau no cérebro.

O processo de monitoramento noturno revelou que 43 pessoas sofreram episódios de apneia durante a noite. Em média, esses participantes apresentaram níveis de tau no córtex entorrinal 4,5% mais altos do que os participantes sem apneia do sono.

A equipe identificou esse aumento depois de controlar outros fatores, como idade, sexo, fatores de risco cardiovascular e outros problemas de sono.

A comunidade médica considera esses resultados preliminares, pois ainda não foram publicados em uma revista científica. No entanto, os pesquisadores os apresentarão em uma próxima reunião da Academia Americana de Neurologia, na Filadélfia, PA.

O Dr. Carvalho conclui que esses resultados “aumentam a possibilidade de a apneia do sono afetar o acúmulo de tau”. No entanto, ele descreve as descobertas como um cenário de ovo e galinha, acrescentando: “Também é possível que níveis mais altos de tau em outras regiões possam predispor uma pessoa a apnéia do sono”.

Pesquisas anteriores identificaram uma ligação entre demência e apneia do sono. No entanto, mais estudos usando amostras maiores serão necessários para validar os achados.

Os métodos que a equipe da Clínica Mayo usou também significam que não é certo se os participantes realmente tiveram apneia do sono, qual a gravidade de sua condição e se já estavam recebendo tratamento.

Se existe uma relação entre apneia do sono e demência, não está totalmente claro por que isso existe. Os pesquisadores sugeriram várias razões diferentes. Pode-se dizer que o cérebro consolida memórias durante o sono e interromper esse processo pode levar a problemas de memória.

A falta de oxigênio que atinge o cérebro durante episódios de apneia pode ser outro motivo, especialmente se isso estresse no órgão.



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