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Venezuela e Guiana concordam em ‘reunião de alto nível’ sobre território disputado


Os presidentes da Venezuela e da Guiana concordaram em reunir-se para discutir uma disputa de soberania envolvendo um território rico em petróleo e minerais.

A Venezuela votou num referendo para reivindicar Essequibo, que diz ter sido roubado quando a fronteira foi traçada há mais de um século, mas a Guiana prometeu proteger a sua soberania.

Um comunicado do governo venezuelano do presidente Nicolás Maduro no sábado disse que aceitou uma proposta “para realizar uma reunião de alto nível” com seu vizinho.

O comunicado afirma ter concordado com as negociações para preservar a sua “aspiração de manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz, sem interferência de atores externos”.


Disputa Venezuela Guiana
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fala durante a cerimônia de notificação do referendo (Ariana Cubillos/AP)

Maduro “recebeu” a proposta em conversas com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e com o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, de acordo com o comunicado.

Numa carta a Maduro e ao presidente da Guiana, Irfaan Ali, Gonsalves expressou uma “necessidade urgente de desescalar o conflito” e disse que ambos os presidentes concordaram em reunir-se na quinta-feira no seu país.

O anúncio das negociações ocorre depois que o vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, alertou que a Guiana protegeria sua soberania sobre Essequibo.

“Quaisquer tentativas das suas empresas petrolíferas estatais ou empresas estatais de explorar petróleo na nossa área serão vistas como uma intrusão da Guiana”, disse Jagdeo.

“Se (Maduro) acredita que a beligerância e as ameaças da Guiana levarão às desejadas conversações bilaterais, ele está profundamente incorreto.”


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O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodriguez, sai de uma cerimônia de inauguração do novo mapa da Venezuela (Matias Delacroix/AP)

O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião privada de emergência na sexta-feira, enquanto líderes mundiais e organizações internacionais apoiavam a Guiana. Membros de um bloco comercial regional conhecido como Caricom também convocaram uma reunião a portas fechadas para discutir a disputa.

A Venezuela diz ter sido vítima de uma conspiração para roubo de terras em 1899, quando a Guiana era uma colónia britânica e árbitros do Reino Unido, da Rússia e dos Estados Unidos decidiam a fronteira.

Eles argumentam que um acordo de 1966 entre a Venezuela, a Grã-Bretanha e a colónia da Guiana Britânica anulou efetivamente a arbitragem original.

A Guiana afirma que o acordo inicial é vinculativo e pediu ao tribunal superior das Nações Unidas que o decidisse como tal em 2018, mas ainda faltam anos para chegar a uma decisão.

A disputa intensificou-se desde 2015, quando foram descobertos depósitos de petróleo ao largo da costa de Essequibo – o primeiro petróleo bombeado para terra em dezembro de 2019, transformando a Guiana no quarto maior produtor offshore de petróleo do mundo.

Apesar de ter as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, a indústria petrolífera da Venezuela tem sido prejudicada por anos de má gestão e sanções económicas impostas à empresa petrolífera estatal após a reeleição de Maduro em 2018.



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