Rússia aprova projeto de lei que permite a Putin permanecer no poder após 2024
O parlamento russo aprovou uma ampla reforma constitucional que permitirá ao presidente Vladimir Putin permanecer no poder por mais 12 anos após o término de seu mandato atual em 2024.
A câmara baixa controlada pelo Kremlin, a Duma do Estado, endossou um conjunto de emendas à constituição e uma disposição que redefinia a contagem de termos para Putin. Uma votação nacional sobre as emendas propostas está prevista para 22 de abril.
Os críticos do Kremlin condenaram a medida como uma manipulação cínica e pediram protestos.
Putin, um ex-oficial da KGB de 67 anos, governa a Rússia há mais de 20 anos. Depois de servir por dois mandatos consecutivos de quatro anos – um limite descrito na versão atual da constituição -, Putin passou a ser o primeiro-ministro em 2008, com seu aliado próximo, Dmitry Medvedev, se tornando um presidente de posição.
A duração da presidência foi estendida para seis anos sob Medvedev e, em 2012, Putin retornou ao Kremlin como presidente. Em 2018, ele foi reeleito por mais seis anos.
A reforma constitucional aprovada pela Duma permitirá que Putin concorra à presidência mais duas vezes depois de 2024. Antes da votação nacional, ela será revisada pelo Tribunal Constitucional da Rússia.
As mudanças redistribuem os poderes executivos do governo russo em Moscou e fortalecem ainda mais o poder da presidência, proibindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo e listando “uma crença em Deus” como um dos valores tradicionais da Rússia.
A proposta de reiniciar o relógio de ponto para o atual presidente foi apresentada pela ex-cosmonauta soviética Valentina Tereshkova, de 83 anos, hoje deputada da Duma, durante a segunda leitura das emendas. Após o discurso de Tereshkova, Putin chegou rapidamente ao parlamento para falar com os deputados e apoiou a idéia.
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