Piper Laurie, três vezes indicada ao Oscar, morre aos 91 anos
O ator Piper Laurie de Hustler e Carrie, que foi três vezes indicado ao Oscar, morreu aos 91 anos.
Ela morreu na manhã de sábado em sua casa em Los Angeles, com sua empresária Marion Rosenberg citando a causa como velhice.
Ela era um “talento extraordinário e um ser humano maravilhoso”, acrescentou Rosenberg.
Laurie chegou a Hollywood em 1949 como Rosetta Jacobs e rapidamente conseguiu um contrato com a Universal-International, um novo nome que ela odiava e uma série de papéis principais com Ronald Reagan, Rock Hudson e Tony Curtis, entre outros.
Ela recebeu indicações ao Oscar por três filmes distintos: o drama de bilhar de 1961, The Hustler; a versão cinematográfica do clássico de terror de Stephen King, Carrie, em 1976; e o drama romântico Children Of A Lesser God em 1986.
Ela também teve vários papéis aclamados na televisão e no palco, inclusive em Twin Peaks, de David Lynch, na década de 1990, como a vilã Catherine Martell.
Laurie fez sua estreia aos 17 anos em Louisa, interpretando a filha de Reagan, depois apareceu ao lado de Francis, a mula falante, em Francis Goes To The Races.
Ela fez vários filmes com Curtis, com quem namorou, incluindo O príncipe que era ladrão, Sem espaço para o noivo, Filho de Ali Baba e Johnny Dark.
Farta, ela rescindiu seu contrato de 2.000 dólares por semana em 1955, prometendo nunca mais atuar, a menos que lhe fosse oferecido um papel decente.
Ela se mudou para Nova York, onde encontrou os papéis que procurava no teatro e em dramas de televisão ao vivo.
Apresentações em Days Of Wine And Roses, The Deaf Heart e The Road That Led After trouxeram-lhe indicações ao Emmy e abriram caminho para um retorno ao cinema, inclusive em um aclamado papel como a problemática namorada de Paul Newman em The Hustler.
Anos depois, Laurie deu as costas à atuação.
Ela se casou com o crítico de cinema Joseph Morgenstern, deu as boas-vindas a uma filha, Ann Grace, e mudou-se para uma casa de fazenda em Woodstock, Nova York.
Ela disse mais tarde que o movimento pelos direitos civis e a guerra do Vietname influenciaram a sua decisão de fazer a mudança.
“Fiquei desencantada e procurando uma existência mais significativa para mim”, lembrou ela, acrescentando que nunca se arrependeu da mudança.
“Minha vida era plena”, disse ela em 1990. “Sempre gostei de usar as mãos e sempre pintei”.
Laurie também se tornou conhecida como padeira, com suas receitas aparecendo no The New York Times.
Sua única apresentação naquela época aconteceu quando ela se juntou a uma dúzia de músicos e atores em um tour pelos campi universitários para apoiar a candidatura presidencial de George McGovern em 1972.
Laurie finalmente estava pronta para voltar a atuar quando o diretor Brian De Palma ligou para ela sobre interpretar a mãe perturbada de Sissy Spacek em Carrie.
No começo ela achou que o roteiro era uma porcaria, e então decidiu que deveria interpretar o papel para rir.
Só quando De Palma a repreendeu por dar um toque cômico a uma cena é que ela percebeu que ele pretendia que o filme fosse um thriller.
Carrie se tornou um sucesso de bilheteria, lançando uma mania de filmes sobre adolescentes em perigo, e Spacek e Laurie foram indicados ao Oscar.
Com seu desejo de atuar reacendido, Laurie retomou uma carreira movimentada que durou décadas.
Na televisão, ela apareceu em séries como Matlock, Murder, She Wrote e Frasier e interpretou a mãe de George Clooney em ER.
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