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Parlamento da Arménia vota para aderir ao Tribunal Penal Internacional


O parlamento da Arménia votou pela adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

A medida acrescenta ainda mais tensão aos laços do país com a sua antiga aliada, a Rússia, depois de o tribunal ter emitido um mandado de prisão para o presidente Vladimir Putin devido aos acontecimentos na Ucrânia.

No mês passado, Moscovo classificou o esforço da Arménia para aderir ao TPI como um “passo hostil” e o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo convocou o embaixador da Arménia.


Políticos armênios no parlamento do país
A Armênia votou pela adesão ao Tribunal Penal Internacional, que no início deste ano acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de crimes de guerra (Hayk Baghdasaryan/FOTOGRAFIA via AP)

Os países que assinaram e ratificaram o Estatuto de Roma que criou o TPI são obrigados a prender Putin, que foi indiciado por crimes de guerra relacionados com a deportação de crianças da Ucrânia, se ele pisar no seu território.

As autoridades arménias argumentaram que a medida não tem nada a ver com a Rússia e foi motivada pela agressão do Azerbaijão ao país.

Os políticos votaram pela ratificação do Estatuto de Roma por 60 votos a 22. O presidente da Arménia deve assinar a decisão, que entrará em vigor 60 dias após a votação.

As relações da Arménia com a Rússia deterioraram-se significativamente nos últimos anos.

Em 2020, Moscovo intermediou um acordo que pôs fim a uma guerra de seis semanas entre a Arménia e o Azerbaijão. Ordenou que a Arménia cedesse ao Azerbaijão grandes extensões de território dentro e ao redor de Nagorno-Karabakh, uma parte do Azerbaijão com uma população predominantemente arménia.


Armênios étnicos de Nagorno-Karabakh deixando a região
Armênios étnicos de Nagorno-Karabakh estão deixando a região desde que o Azerbaijão assumiu o controle (AP Photo/Aziz Karimov)

A Rússia enviou então cerca de 2.000 soldados da paz para a tumultuada região e a Arménia acusou as tropas de não terem conseguido evitar as recentes hostilidades do Azerbaijão que levaram o país a assumir o controlo total da região.

O Kremlin, por sua vez, acusou o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, de precipitar a queda de Nagorno-Karabakh ao reconhecer a soberania do Azerbaijão sobre a região.

Moscovo também culpa a Arménia por prejudicar os laços com a Rússia ao abraçar o Ocidente, incluindo o acolhimento de tropas dos EUA para exercícios militares conjuntos.

Ainda não está claro se Pashinyan poderá retirar a Arménia da Organização do Tratado de Segurança Colectiva dominada por Moscovo, um grupo de várias antigas nações soviéticas e de outras alianças lideradas pela Rússia. A Arménia também acolhe uma base militar russa e os guardas de fronteira russos ajudam a patrulhar a fronteira da Arménia com a Turquia.



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