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Apoiadores de Bolsonaro invadem o Congresso na capital do Brasil


Apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que se recusam a aceitar sua derrota eleitoral, invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o palácio presidencial na capital do país no domingo.

Aconteceu apenas uma semana após a posse de seu rival de esquerda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Milhares de manifestantes contornaram as barricadas de segurança, subiram nos telhados, quebraram janelas e invadiram os três prédios, que se conectam pela vasta Praça dos Três Poderes em Brasília.

Alguns estão pedindo uma intervenção militar para restaurar o poder de Bolsonaro.

Imagens da TV Globo News mostraram manifestantes circulando pelo palácio presidencial, muitos deles vestindo verde e amarelo, cores da bandeira que também passaram a simbolizar o governo Bolsonaro.


Manifestantes, simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, entram em confronto com a polícia durante invasão do Palácio do Planalto, em Brasília (Eraldo Peres/AP/PA)

Os incidentes lembram a invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro, algo que muitos analistas políticos e o judiciário alertam há meses.

Era provável que o Congresso e a Suprema Corte tivessem pessoal limitado dentro dos prédios em um domingo.


Apoiadores de Jair Bolsonaro invadem o Palácio do Planalto (Eraldo Peres/AP/PA)

Apoiadores de Bolsonaro protestam contra a vitória eleitoral de seu oponente desde 30 de outubro, bloqueando estradas, incendiando veículos e se reunindo do lado de fora de prédios militares, pedindo a intervenção das forças armadas.

Muitos acreditavam que os resultados das eleições eram fraudulentos ou não confiáveis.

“Essa tentativa absurda de impor sua vontade pela força não vai prevalecer”, disse o ministro da Justiça, Flavio Dino, em sua conta no Twitter. “O governo do Distrito Federal garantiu que haverá reforços. E as forças à nossa disposição estão em ação.”

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse estar em contato permanente com o governador de Brasília, Ibaneis Rocha, e que todo o aparato policial foi mobilizado para controlar a situação.

Vídeos nas redes sociais mostraram uma presença limitada da polícia militar da capital; um mostrava policiais aguardando enquanto as pessoas invadiam o Congresso, com outro usando seu telefone para gravar imagens.


Manifestantes sentam em frente à polícia no prédio do Congresso Nacional (Eraldo Peres/AP/PA)

“As autoridades brasileiras tiveram dois anos para aprender as lições da invasão do Capitólio e se preparar para algo semelhante no Brasil”, disse Maurício Santoro, professor de ciências políticas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

“As forças de segurança locais em Brasília falharam de forma sistemática na prevenção e na resposta às ações extremistas na cidade. E as novas autoridades federais, como os ministros da Justiça e da Defesa, não souberam agir de forma decisiva”.

Rocha confirmou no Twitter que havia demitido o chefe da segurança pública da capital, Anderson Torres.


O Palácio do Planalto, em Brasília, é o local de trabalho oficial do presidente do Brasil (Eraldo Peres/AP/PA)

Bolsonaro, que voou para os EUA antes da posse, ainda não condenou ou comentou a situação em andamento.

O presidente disse em entrevista coletiva que houve “incompetência ou má-fé” por parte da polícia, e que eles também foram complacentes quando apoiadores de Bolsonaro se revoltaram na capital semanas atrás. Ele prometeu que esses oficiais seriam punidos e expulsos.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse no Twitter que Washington condenou os ataques, dizendo que “usar a violência para atacar instituições democráticas é sempre inaceitável”.



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