Últimas

Como as mudanças climáticas estão alimentando os furacões


Após um início de temporada tranquilo, o furacão Fiona atingiu Porto Rico e depois atingiu a República Dominicana, deixando mais de 1 milhão de pessoas sem água corrente ou energia.

No sábado, a tempestade atingiu a costa leste do Canadá, cortando a energia de centenas de milhares de casas e empresas.

Embora os cientistas ainda não tenham determinado se as mudanças climáticas influenciaram a força ou o comportamento de Fiona, há fortes evidências de que essas tempestades devastadoras estão piorando.

Aqui está o porquê.

AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ESTÃO AFETANDO OS FURACÕES?

Sim, a mudança climática está tornando os furacões mais úmidos, mais ventosos e totalmente mais intensos. Também há evidências de que está fazendo com que as tempestades viajem mais lentamente, o que significa que elas podem despejar mais água em um só lugar.

Se não fossem os oceanos, o planeta estaria muito mais quente devido às mudanças climáticas. Mas nos últimos 40 anos, o oceano absorveu cerca de 90% do aquecimento causado pelas emissões de gases de efeito estufa. Grande parte desse calor oceânico está contido perto da superfície da água. Esse calor adicional pode alimentar a intensidade de uma tempestade e gerar ventos mais fortes.

A mudança climática também pode aumentar a quantidade de chuva fornecida por uma tempestade. Como uma atmosfera mais quente também pode conter mais umidade, o vapor d’água se acumula até as nuvens se romperem, enviando chuvas fortes.

Durante a temporada de furacões no Atlântico de 2020 – uma das mais ativas já registradas – as mudanças climáticas aumentaram as taxas de chuva por hora em tempestades com força de furacão em 8% a 11%, de acordo com um estudo de abril de 2022 na revista Nature Communications.

O mundo já aqueceu 1,1 graus Celsius acima da média pré-industrial. Cientistas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) esperam que, com 2°C de aquecimento, as velocidades dos ventos dos furacões possam aumentar em até 10%.

A NOAA também projeta que a proporção de furacões que atingem os níveis mais intensos – categoria 4 ou 5 – pode aumentar cerca de 10% neste século. Até o momento, menos de um quinto das tempestades atingiram essa intensidade desde 1851.

DE QUE MAIS AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS AFETAM AS TEMPESTADE?

A “estação” típica dos furacões está mudando, pois o aquecimento climático cria condições propícias a tempestades em mais meses do ano. E os furacões também atingem regiões distantes da norma histórica.

Nos Estados Unidos, a Flórida é a região com mais furacões, com mais de 120 impactos diretos desde 1851, segundo a NOAA. Mas nos últimos anos, algumas tempestades estão atingindo o pico de intensidade e chegando mais ao norte do que no passado – uma mudança em direção aos pólos pode estar relacionada ao aumento das temperaturas globais do ar e do oceano, disseram cientistas.

Essa tendência é preocupante para cidades de latitude média como Nova York, Boston, Pequim e Tóquio, onde “a infraestrutura não está preparada” para essas tempestades, disse a cientista atmosférica Allison Wing, da Universidade Estadual da Flórida.

O furacão Sandy, embora seja apenas uma tempestade de categoria 1, foi o quarto furacão mais caro já registrado nos EUA, causando US$ 81 bilhões em perdas quando atingiu a costa nordeste em 2012.

Quanto ao tempo, a atividade de furacões é comum na América do Norte de junho a novembro, com pico em setembro – após um acúmulo de verão de condições de água quente.

No entanto, as primeiras tempestades nomeadas a atingir os EUA agora o fazem mais de três semanas antes do que em 1900, empurrando o início da temporada para maio, de acordo com um estudo publicado em agosto na Nature Communications.

A mesma tendência parece estar ocorrendo em todo o mundo na Baía de Bengala, na Ásia, onde os ciclones desde 2013 estão se formando mais cedo do que o habitual – em abril e maio – antes das monções de verão, de acordo com um estudo de novembro de 2021 da Scientific Reports.

Não está claro, no entanto, se a mudança climática está afetando o número de furacões que se formam a cada ano. Uma equipe de cientistas relatou recentemente detectar um aumento na frequência de furacões no Atlântico Norte nos últimos 150 anos, de acordo com seu estudo publicado em dezembro na Nature Communications. Mas a pesquisa ainda está em andamento.

COMO SE FORMAM OS FURACÕES?

Os furacões precisam de dois ingredientes principais – água morna do oceano e ar úmido e úmido. Quando a água do mar quente evapora, sua energia térmica é transferida para a atmosfera. Isso alimenta os ventos da tempestade para se fortalecer. Sem ele, os furacões não podem se intensificar e vão desaparecer.

CICLONE, TUFÃO, FURACÃO – QUAL É A DIFERENÇA?

Embora tecnicamente o mesmo fenômeno, essas grandes tempestades recebem nomes diferentes dependendo de onde e como foram formadas.

As tempestades que se formam sobre o Oceano Atlântico ou no centro e leste do Pacífico Norte são chamadas de “furacões” quando a velocidade do vento atinge pelo menos 119 quilômetros por hora. Até esse ponto, eles são conhecidos como “tempestades tropicais”.

No leste da Ásia, tempestades violentas e rodopiantes que se formam no noroeste do Pacífico são chamadas de “tufões”, enquanto “ciclones” emergem sobre o Oceano Índico e o Pacífico Sul.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *