Últimas

Vaticano criticado por emparelhar russo e ucraniano na procissão da Sexta-feira Santa


Um colaborador próximo do Papa Francisco defendeu a decisão do Vaticano de ter uma mulher russa e uma mulher ucraniana carregando a cruz juntas durante uma procissão de Sexta-feira Santa que será presidida pelo pontífice.

Na terça-feira, tanto o embaixador ucraniano na Santa Sé quanto o arcebispo de Kiev criticaram a escolha dada a invasão da Rússia e a guerra na Ucrânia.

As mulheres são enfermeiras que trabalham juntas em um hospital de Roma.

O embaixador ucraniano Andrii Yurash twittou que “entende e compartilha a preocupação geral na Ucrânia e muitas outras comunidades sobre a ideia de reunir mulheres ucranianas e russas” para carregar a cruz durante parte da procissão na sexta-feira.

“Agora estamos trabalhando na questão tentando explicar as dificuldades de sua realização e possíveis consequências”, disse o embaixador.


O Coliseu (Steven Paston/PA)

A procissão iluminada por tochas no Coliseu de Roma é uma parte tradicional das observâncias da Semana Santa do Vaticano.

O Vaticano não comentou imediatamente.

Respondendo às críticas, o reverendo Antonio Spadaro, padre jesuíta em Roma que é próximo de Francisco, defendeu o emparelhamento das mulheres russas e ucranianas para a procissão solene.

“Você precisa entender uma coisa” sobre o papa, disse Spadaro à rádio estatal italiana RAI na quarta-feira.

“Ele é um pastor, não um político.”

Spadaro aventurou que a imagem das duas mulheres carregando a cruz juntas era perturbadora “porque elas representam algo que não pode ser obtido” agora – “paz”.

O arcebispo Sviatoslav Shevchuk, que vive em Kiev e dirige a igreja greco-católica na Ucrânia, também denunciou a dupla.

“Considero esta ideia inoportuna e ambígua”, disse Shevchuk, acrescentando que “não leva em consideração o contexto da agressão militar russa contra a Ucrânia”.

O arcebispo também criticou a redação de uma meditação que o Vaticano disse que seria lida em voz alta enquanto as enfermeiras seguravam a cruz alta e leve.

Diz: “Queremos nossa vida de volta como antes. Por que tudo isso? Que mal fizemos? Por que você nos abandonou? Por que você abandonou nossos povos?”

As palavras, combinadas com o gesto de carregar a cruz, “são incompreensíveis e até ofensivas”, disse o prelado greco-católico.


Papa Francisco (Andrew Medichini/PA)

A meditação foi roteirizada com base nas experiências das famílias das mulheres russas e ucranianas, cujas famílias também planejam participar da procissão, disse o Vaticano.

As mulheres, entrevistadas na TV estatal italiana no início da semana, expressaram satisfação com seu papel na procissão e enfatizaram sua amizade.

O papa não mencionou a controvérsia durante sua audiência pública na quarta-feira.

Mas denunciou “a agressão armada destes dias” como “um ultraje contra Deus”.

Francisco pressionou por um cessar-fogo de Páscoa na Ucrânia.

A Páscoa cai em 17 de abril para muitos cristãos este ano.



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *