Um grande asteróide no sistema solar pode ser um planeta anão – estudo
Uma rocha gigante que se acredita ser o quarto maior asteróide do sistema solar poderia ser um planeta anão, disseram os astrônomos.
Se reclassificado, tornaria Hygiea, localizado no cinturão de asteróides entre Marte e Júpiter, o menor planeta anão do sistema solar.
Medindo pouco mais de 280 quilômetros de diâmetro, os astrônomos dizem que esse corpo celeste poderia potencialmente tirar a coroa do Ceres de 890 quilômetros de largura – também localizado no cinturão rochoso.
As descobertas, publicadas na revista Nature Astronomy, vêm depois que uma equipe internacional de astrônomos observou Hygiea usando o Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul.
Um planeta anão, de acordo com a União Astronômica Internacional (IAU), é um objeto celeste que orbita uma estrela que é massiva o suficiente para ser arredondada por sua própria gravidade, mas não tem o domínio gravitacional para limpar a área ao redor de sua órbita, consumindo ou atirando afastar objetos menores em seu caminho.
O exemplo mais famoso inclui Plutão, que foi rebaixado para um planeta anão em 2006 depois que a IAU alterou os requisitos que definiam um planeta.
Junto com Ceres e Plutão, existem outros três planetas anões conhecidos no sistema solar – Haumea, Makemake e Eris.
Ceres e Hygiea vêm do cinturão de asteróides, dividindo o vasto espaço com 7.000 outros membros, incluindo um grande asteróide chamado Vesta.
Acredita-se que nosso sistema solar tenha se formado há cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, quando uma densa nuvem de gás e poeira interestelar colapsou e fez com que objetos se chocassem uns contra os outros para formar objetos maiores.
Pensa-se que a gravidade de Júpiter recém-formado tenha acabado com a formação de planetas na região do cinturão de asteróides, fazendo com que pequenos corpos colidam uns com os outros e os despedaçam em pedaços menores.
Para investigar como a Hygiea obteve sua forma esférica, os pesquisadores examinaram o VLT e analisaram os dados coletados usando o instrumento SPHERE do telescópio.
Enquanto imagens de alta resolução mostraram que o Hygiea foi arredondado por sua própria gravidade, os astrônomos dizem que ficaram "surpresos" por falta de grandes crateras de impacto, ou seja, evidências de uma grande colisão.
A equipe disse que só conseguiu identificar duas pequenas crateras, nenhuma das quais "poderia ter sido causada pelo impacto que originou a família de asteróides Hygiea".
Para investigar mais, os pesquisadores usaram simulações em computador, que mostraram uma grande colisão frontal entre dois corpos grandes – possivelmente um dos maiores impactos na história do cinturão de asteróides que ocorreu cerca de dois bilhões de anos atrás.
Depois que as peças remanescentes foram montadas, elas deram à Hygiea sua forma redonda e milhares de asteróides, disse a equipe.
O autor do estudo Pierre Vernazza, do Laboratoire d'Astrophysique de Marseille, na França, disse: "Graças a essas imagens, o Hygiea pode ser reclassificado como um planeta anão, até agora o menor do sistema solar".
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