Rússia aumenta ferramentas de monitoramento online para reprimir conteúdo proibido
A Rússia aprovou uma série de leis nos últimos anos para impulsionar o que chama de “soberania” da Internet. Ela multou empresas de mídia social por não excluirem o material proibido e tentou bloquear alguns recursos online na corrida para as eleições parlamentares deste mês.
Agora, o governo está investindo em ferramentas digitais mais sofisticadas para aprimorar o policiamento do ciberespaço.
Um novo sistema de monitoramento de informações (MIR-1) irá automaticamente procurar conteúdo banido em redes sociais como Facebook, Twitter, aplicativo de mensagens Telegram e site russo Vkontakte, mostram documentos oficiais, aprimorando os esforços de policiamento do regulador estadual de comunicações Roskomnadzor.
Também estão previstas licitações para outros dois novos sistemas – Oculus, que será usado para busca de informações visuais, e Vepr, um meio de defesa contra ameaças de informação.
As propostas preliminares de orçamento nesta semana mostraram que a Rússia pode gastar 31 bilhões de rublos (US $ 425 milhões) no aumento da segurança, estabilidade e funcionalidade de sua infraestrutura de Internet em 2022-24.
Os três novos sistemas usarão inteligência artificial, aprendizado de máquina e redes neurais e devem estar em funcionamento no próximo ano. A Rússia está oferecendo cerca de 83 milhões de rublos para pesquisa e desenvolvimento.
Roskomnadzor não respondeu imediatamente a um pedido de comentários da Reuters.
A perspectiva alarmou alguns críticos, cujas vozes a Kremlin já procurou sufocar rotulando grupos de oposição e mídia como “extremistas” ou “indesejáveis”.
A pressão do governo levou os gigantes da tecnologia americana Apple e Alphabet’s Google a deletar um aplicativo de votação tática produzido por um crítico do Kremlin preso Alexei Navalny e seus aliados de suas lojas antes da eleição deste mês.
O advogado de direitos humanos Pavel Chikov exortou os internautas russos a deletar postagens antigas ou contas com conteúdo que agora pode ser considerado ilegal, como referências a grupos políticos proibidos, temendo um aumento nos processos criminais.
“As autoridades terão uma vantagem técnica e de aplicação da lei”, disse Chikov.
As punições podem variar de multas administrativas a uma sentença criminal máxima de nove anos atrás das grades, disse ele.
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