Protestos sobre nova lei de segurança planejados em toda a França
Críticos de uma proposta de lei de segurança francesa que restringe o compartilhamento de imagens de policiais se reuniram em todo o país em protesto no sábado.
Dezenas de manifestações estão ocorrendo contra o polêmico projeto de lei, que foi aprovado pela câmara baixa do Parlamento esta semana, mas ainda aguarda luz verde do Senado.
Grupos de defesa dos direitos civis e jornalistas estão preocupados com o fato de a medida prejudicar a liberdade de imprensa e permitir que a brutalidade policial permaneça sem ser descoberta e sem punição.
A causa ganhou importância renovada nos últimos dias, depois que surgiram imagens de policiais franceses espancando um homem negro, gerando protestos em todo o país.
O presidente Emmanuel Macron se manifestou contra as imagens de vídeo na sexta-feira, dizendo “elas nos envergonham”.
Os comentários do Sr. Macron foram os primeiros desde que o uso aparentemente injustificado da força pela polícia passou a estar sob os holofotes.
O vídeo que apareceu na quinta-feira mostrou a surra, dias antes, do produtor musical Michel Zecler, após a filmagem da brutal evacuação policial na terça-feira de migrantes em uma praça de Paris.
Os policiais envolvidos no espancamento do Sr. Zecler foram suspensos enquanto se aguarda uma investigação interna.
O artigo 24 do novo Projeto de Lei criminaliza a publicação de fotos de policiais em serviço com a intenção de prejudicar sua “integridade física ou psicológica”. Qualquer pessoa considerada culpada pode ser condenada a até um ano de prisão e multada em 45.000 euros (£ 33.700).
Os críticos o classificaram como autoritário, temendo que a lei vagamente redigida pudesse ser amplamente aplicada.
Os manifestantes que pedem a retirada do artigo dizem que isso vai contra as “liberdades públicas fundamentais” de sua democracia.
O primeiro-ministro Jean Castex anunciou na sexta-feira que nomearia uma comissão para reformular o Artigo 24, mas voltou atrás após a raiva dos políticos.
A comissão agora deve fazer novas propostas no início do próximo ano sobre a relação entre a mídia e a polícia.
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