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Protestos na França sobre a lei planejada sobre imagens de policiais


Milhares de pessoas saíram às ruas de Paris e de outras cidades francesas para protestar contra uma proposta de lei de segurança que, segundo defensores das liberdades civis e jornalistas, prejudicaria a liberdade de informação e os direitos de mídia.

A legislação pendente no parlamento da França criaria um novo crime por publicar imagens de policiais com a intenção de causar danos a eles.

Os infratores enfrentariam uma pena máxima de até um ano de prisão e uma multa de 45.000 euros (£ 40.000).

O governo afirma que a proposta visa proteger os policiais de chamadas online de violência.


Manifestações em Paris (AP)

Os críticos temem que, se aprovada, a medida coloque em risco jornalistas e outros observadores que gravam vídeos de policiais no trabalho, especialmente durante manifestações violentas.

Em Paris, vários milhares de manifestantes se reuniram na praça Trocadero, perto da Torre Eiffel.

Repórteres sem Fronteiras, Anistia Internacional da França, Liga dos Direitos Humanos, sindicatos de jornalistas e outros grupos incentivaram as pessoas a comparecer ao protesto.

A multidão incluía muitos jornalistas e estudantes.

“Não estamos aqui para defender o privilégio de nossa profissão, a liberdade de imprensa e a liberdade dos jornalistas”, disse Edwy Plenel, cofundador e editor do site investigativo Mediapart.


Ativistas afirmam que a lei afetaria a liberdade de informação e os direitos de mídia (AP)

“Estamos aqui para defender os direitos fundamentais, os direitos de todas as pessoas”.

Alguns membros do movimento anti-governo do colete amarelo também se juntaram à manifestação.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e o ombudsman dos direitos humanos da França também expressaram preocupações de que a nova disposição poderia prejudicar os direitos fundamentais.

Em resposta às críticas, o primeiro-ministro francês Jean Castex disse na quinta-feira que a medida seria alterada para especificar que “não impedirá a liberdade de informação” e que se concentrará apenas em imagens transmitidas com a intenção “clara” de prejudicar um policial.

Emmanuel Poupard, secretário-geral do Sindicato Nacional dos Jornalistas (SNJ), disse achar que a nova emenda “não muda nada”.


Milhares se manifestam em Paris (AP)

A lei da imagem policial “tem apenas um objetivo: aumentar a sensação de impunidade dos policiais e tornar invisível a brutalidade policial”, afirmou.

Os manifestantes argumentam que os policiais em ação são essenciais para poder condenar e conter as ações dos policiais violentos.

Eles também se preocupam como os tribunais determinariam se as imagens foram postadas com a intenção de causar danos.

Em julho, três policiais franceses foram acusados ​​de homicídio culposo pela morte de um entregador, Cedric Chouviat, que transeuntes capturaram em vídeo.

A morte de Chouviat teve semelhanças com a morte de George Floyd no estado americano de Minneapolis, que gerou indignação em todo o mundo e uma série de manifestações Black Lives Matter na França.

A proposta de lei é defendida por legisladores do partido do presidente Emmanuel Macron, que tem maioria na Assembleia Nacional.

Os legisladores devem votar na terça-feira o projeto, que também inclui outras medidas de segurança. Em seguida, irá para o Senado francês.



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