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Protesto internacional quando o presidente da Somália assina extensão de mandato


O presidente da Somália sancionou uma extensão de lei de seu mandato e de seu governo, uma vez que os EUA e outros países ameaçaram com sanções e alertaram sobre mais instabilidade em uma das nações mais frágeis do mundo.

O impasse sobre o tempo do presidente Mohamed Abdullahi Mohamed no cargo prolonga uma crise eleitoral depois que a votação nacional foi adiada em fevereiro.

Críticos disseram que o governo de Mohamed acabou, enquanto a comunidade internacional se opôs à extensão do mandato e advertiu que o grupo extremista Al Shabab ligado à Al Qaeda poderia tirar vantagem das acirradas divisões políticas do país.

O presidente assinou a polêmica lei depois que a câmara baixa do parlamento votou nesta semana para efetivamente estender seu mandato por dois anos, enquanto convocava eleições diretas durante esse período.

Líderes do Senado, no entanto, consideraram a votação ilegal, e a oposição da Somália protestou contra a medida.

O Reino Unido disse que a medida desta semana “mina a credibilidade da liderança da Somália” e ameaçou trabalhar com parceiros internacionais para “reavaliar nosso relacionamento e a natureza de nossa assistência à Somália”.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que o governo americano está “profundamente decepcionado”, em um comunicado que ameaça a possibilidade de sanções, restrições de vistos e uma reavaliação de “nossas relações bilaterais”.

O comunicado pede que o governo federal da Somália e os estados regionais voltem com urgência às negociações sobre a crise eleitoral.

A União Europeia advertiu que a assinatura da decisão desta semana em lei dividiria a Somália e “constituiria uma grave ameaça à paz e à estabilidade da Somália e seus vizinhos”, e ameaçou considerar “medidas concretas” em resposta.

Na capital da Somália, Mogadíscio, a frustração aumentou.

O líder da sociedade civil Abdullahi Mohamed Shirwa disse: “O que aconteceu pode ser explicado como um golpe de estado executado por um grupo de pessoas que estavam sedentas de poder por tanto tempo”.

Ele acrescentou que “esta é a aposta política mais maluca”, em um país que já luta com crises humanitárias causadas pela instabilidade e mudanças climáticas.

Há meses que o governo da Somália não consegue chegar a um acordo sobre como realizar as eleições, com os estados regionais de Puntland e Jubbaland se opondo em certas questões e a comunidade internacional alertando contra a realização de eleições parciais.

A crise gerou violência mortal contra manifestantes que se opunham ao adiamento das eleições.

Questões polêmicas em meses de negociações sobre o processo eleitoral incluíram a formação da comissão de gestão eleitoral e a seleção de membros da comissão para a região separatista da Somalilândia.

A Somália não realiza eleições diretas com uma pessoa e um voto há décadas.

O país começou a desmoronar em 1991, quando os senhores da guerra depuseram o ditador Siad Barre e se voltaram uns contra os outros.

Anos de conflito e ataques da Al Shabab, junto com a fome, deixaram este país do Chifre da África de cerca de 12 milhões de habitantes em grande parte destruído.

O Al-Shabab controla grande parte do sul e do centro da Somália e costuma atacar a capital com ataques suicidas.

O grupo extremista tem sido alvo frequente de ataques aéreos militares dos EUA.



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