Saúde

Primeira infância: os primeiros 1000 dias


Primeira infância: os primeiros 1000 dias

Os primeiros 1000 dias da criança são um período fundamental para o seu desenvolvimento e construção. Uma comissão foi criada em setembro de 2019, presidida pelo neuropsiquiatra Boris Cyrulnik, com o objetivo de reformar profundamente a política do governo para a primeira infância.

O relatório da comissão, com base em disciplinas científicas

A equipa que compõe a comissão reuniu profissionais e investigadores, especialistas em saúde e assistência social de menores de 3 anos e respectivas famílias. Os primeiros 1.000 dias da criança representam um período que “condiciona a saúde e o bem-estar de todos ao longo de suas vidas”. É por isso que neuropsiquiatras, ginecologistas-obstetras, psiquiatras infantis, psicólogos, parteiras e professores universitários constituem a comissão. Esta equipa multidisciplinar anotou as suas reflexões, observações e recomendações, de forma a identificar precocemente o “práticas preventivas de combate às fragilidades e desigualdades que se ampliam desde o nascimento”. Todos eles têm uma coisa em comum: os primeiros 1.000 dias são cruciais para o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. A conclusão é clara: é necessário mais investimento no apoio às famílias e aos filhos nesta primeira fase da vida.

Os eixos de trabalho do comitê

  • Extensão da licença paternidade

Em 1º de julho de 2021, a duração da licença-paternidade foi estendida para 28 dias (32 para nascimentos múltiplos), em comparação com 11 dias (18 dias para nascimentos múltiplos) atualmente. O objetivo dessa reforma é aumentar o tempo gasto com o bebê e, assim, promover um sólido vínculo de apego entre os pais, em particular o pai, e o recém-nascido. Além de promover um melhor desenvolvimento infantil, contribui para a igualdade entre homens e mulheres (equilíbrio das tarefas domésticas e desigualdades nas carreiras profissionais). Esta licença de 28 dias inclui os 3 dias após o nascimento, pagos pelo empregador, e será dividida, para dar flexibilidade aos pais. Além disso, a licença será obrigatória nos primeiros 7 dias de vida da criança.

  • A criação de uma jornada 1000 primeiros dias

O acompanhamento em toda a maternidade (antes, durante e depois) será reforçado. O objetivo é fornecer aos pais ferramentas e locais para serem informados, orientados e apoiados da melhor forma possível. Para isso, a primeira entrevista de pré-natal será generalizada e tornada obrigatória. Os serviços de maternidade e PMI contarão com mais recursos (humanos, materiais e financeiros), principalmente para realização de visitas domiciliares. O sentimento de solidão ou angústia de uma jovem mãe pode afetar o relacionamento mãe-filho e prejudicar o desenvolvimento da criança. As visitas domiciliares ajudarão essas mães, especialmente aquelas que às vezes são estigmatizadas por causa da depressão pós-parto. Serão transmitidas mensagens de saúde pública, com informações confiáveis ​​sobre amamentação, violência educacional comum, exposição a telas, sono, a importância de acordar brincando desde cedo. Esses dados estarão acessíveis através do aplicativo “App 1000 dias”. Prevê-se também o apoio aos pais com transtornos mentais, em situação de deficiência ou vulnerabilidade, graças à criação de novos serviços dedicados.



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