Pompeo diz que as políticas da China sobre os muçulmanos em Xinjiang equivalem a “genocídio”
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, impôs novas sanções à China e disse que suas políticas para os muçulmanos e as minorias étnicas em Xinjiang constituem um “genocídio”.
O Sr. Pompeo fez a determinação apenas 24 horas antes de o presidente eleito Joe Biden tomar posse. Não houve resposta imediata da nova equipe de Biden, embora vários membros tenham simpatizado com tal designação no passado.
Muitos dos acusados de ter participado da repressão em Xinjiang já estão sob sanções dos EUA, e a ação de terça-feira é a mais recente de uma série de medidas que o atual governo Trump tomou contra a China.
Eu determinei que a República Popular da China está cometendo genocídio e crimes contra a humanidade em Xinjiang, China, visando muçulmanos uigures e membros de outros grupos étnicos e religiosos minoritários.
– Secretário Pompeo (@SecPompeo) 19 de janeiro de 2021
Desde o ano passado, o governo tem aumentado continuamente a pressão sobre Pequim, impondo sanções a vários funcionários e empresas por suas atividades em Taiwan, Tibete, Hong Kong e no Mar da China Meridional.
Essas penas se tornaram mais severas desde o início do ano passado, quando o presidente Donald Trump e Pompeo começaram a acusar a China de tentar encobrir a pandemia do coronavírus.
No sábado, Pompeo suspendeu as restrições aos contatos diplomáticos dos EUA com autoridades taiwanesas, provocando uma severa repreensão da China, que considera a ilha uma província renegada.
Cinco dias atrás, o governo anunciou que suspenderia as importações de algodão e tomate de Xinjiang, com funcionários da Alfândega e da Proteção de Fronteiras dizendo que bloqueariam produtos suspeitos de serem produzidos com trabalho forçado.
Xinjiang é um grande fornecedor global de algodão, portanto, o pedido pode ter efeitos significativos no comércio internacional. O governo Trump já bloqueou as importações de empresas individuais ligadas ao trabalho forçado na região, e os EUA impuseram sanções a funcionários do Partido Comunista com papéis de destaque na campanha.
A China prendeu mais de um milhão de pessoas, incluindo uigures e outros grupos étnicos principalmente muçulmanos, em uma vasta rede de campos de concentração, segundo autoridades americanas e grupos de direitos humanos.
Pessoas foram submetidas a tortura, esterilização e doutrinação política, além de trabalho forçado como parte de uma campanha de assimilação em uma região cujos habitantes são étnica e culturalmente distintos da maioria chinesa Han.
A China negou todas as acusações, mas o trabalho forçado uigur foi relacionado por reportagens da The Associated Press a vários produtos importados para os Estados Unidos, incluindo roupas e produtos eletrônicos, como câmeras e monitores de computador.
A China afirma que suas políticas em Xinjiang visam apenas promover o desenvolvimento econômico e social na região e erradicar o radicalismo. Também rejeita as críticas ao que considera seus assuntos internos.
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