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Parlamento iraquiano não elege presidente pela segunda vez


Os legisladores iraquianos não conseguiram eleger um chefe de Estado pela segunda vez, aprofundando ainda mais uma crise política estimulada por disputas internas após as eleições federais há cinco meses.

Apenas 202 membros chegaram ao parlamento do Iraque, ficando aquém do quórum de dois terços exigido para que a legislatura de 329 membros conduza uma sessão eleitoral para escolher o presidente do país.

A votação de sábado não pôde ser realizada porque muitos legisladores aliados de partidos apoiados pelo Irã não compareceram.

Outra sessão eleitoral está marcada para quarta-feira.

Os políticos iraquianos até agora não conseguiram chegar a um acordo sobre um candidato de compromisso para a presidência, exacerbando um vácuo político que também impede a nomeação de um primeiro-ministro.


Houve divergências e boicote por vários blocos parlamentares (AP)

Os grupos políticos agora têm duas opções: continuar as negociações até que o consenso seja alcançado ou dissolver o parlamento e realizar eleições federais novamente.

“Agora o processo político está com problemas”, disse o legislador xiita Muhammad Saadoun Al-Sayhoud.

Apenas 58 membros compareceram à primeira votação presidencial no parlamento no início de fevereiro.

Naquela época, o clérigo Moqtada al-Sadr boicotou a sessão depois que a Suprema Corte do Iraque suspendeu a indicação do favorito Hoshyar Zebari, candidato endossado por seu bloco.

Desta vez, seus membros chegaram ao parlamento, envoltos em mortalhas brancas que os muçulmanos usam para embrulhar seus mortos, em sinal de sua vontade de morrer pelo clérigo.


Nova tentativa de eleger um presidente será realizada na próxima semana (AP)

O fracasso de sábado em alcançar o quórum reflete as divergências contínuas entre al-Sadr, que conquistou o maior número de assentos nas eleições federais de outubro de 2021, e uma coalizão de partidos xiitas apoiados pelo Irã que formam o Quadro de Coordenação sobre a indicação de candidatos.

A vitória de al-Sadr, com 73 cadeiras, foi uma grande surpresa para os partidos apoiados pelo Irã.

Mas a intenção do poderoso clérigo de formar um governo com aliados curdos e sunitas, excluindo os partidos apoiados pelo Irã, provou ser difícil. Rebar Khalid, ministro do Interior da região curda semiautônoma, foi o candidato escolhido pelo Partido Democrático do Curdistão, aliado de al-Sadr.

Legisladores pertencentes a seus rivais curdos, a União Patriótica do Curdistão, não compareceram à sessão.

Paralelamente à sessão do parlamento, o ex-primeiro-ministro Nouri al-Maliki, aliado do Quadro de Coordenação, realizou uma reunião em sua casa com muitos legisladores presentes, desafiando abertamente a votação.

Com base em um acordo forjado após a invasão liderada pelos EUA em 2003, a presidência do Iraque – um papel em grande parte cerimonial – é ocupada por um curdo, enquanto o primeiro-ministro é xiita e o presidente do parlamento é sunita.

Enquanto isso, o governo do primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi vem desempenhando funções estatais com status de zelador.



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