Níveis de melatonina em pacientes sem drogas com depressão maior do hemisfério sul
A secreção de melatonina foi mostrada como anormal em alguns pacientes deprimidos, mas a maioria desses estudos foi conduzida no hemisfério norte e com pacientes internados gravemente deprimidos. O objetivo deste estudo foi avaliar os perfis de excreção de melatonina em pacientes ambulatoriais com depressão maior de São Paulo, Brasil, individualmente combinados com voluntários saudáveis bem selecionados para examinar se as anormalidades da melatonina também estão presentes em pacientes do hemisfério sul e em pacientes menos gravemente enfermos . Analisamos 32 pacientes ambulatoriais deprimidos sem drogas e 32 voluntários psiquiatricamente saudáveis pareados por idade e sexo. Também examinamos um conjunto de 15 pacientes ambulatoriais deprimidos sem drogas e 15 voluntários saudáveis que foram pareados não apenas por idade e sexo, mas também por índice de massa corporal e estação do ano, todos fatores conhecidos por influenciar a excreção de melatonina em humanos. Todos os pacientes preencheram os critérios do DSM-IV para depressão maior. Avaliamos o principal metabólito urinário da melatonina, 6-sulfatoximelatonina (aMT6s), produzido ao longo de 24 horas e dividido em quatro períodos (06: 00-12: 00, 12: 00-08: 00, 18: 00-24: 00 e 24 : 00-06: 00 h). As medições de aMT6s durante os intervalos de 24 e 6 horas foram semelhantes nos 32 pacientes deprimidos e 32 voluntários saudáveis pareados por idade e sexo; posterior correspondência para índice de massa corporal e estação do ano não alterou os resultados. Nosso estudo apóia outros em que pacientes deprimidos apresentaram níveis de melatonina semelhantes aos de voluntários saudáveis. A excreção de melatonina tem sido considerada um índice fisiológico para a função noradrenérgica, que em alguns estudos foi encontrada alterada em comparação com pacientes deprimidos. É concebível que a alteração da melatonina noturna em pacientes deprimidos ocorra apenas na depressão mais grave.
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