Netanyahu diz que Israel deve manter controle ilimitado da fronteira de Gaza com o Egito
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que Israel deve manter o controle ilimitado da fronteira de Gaza com o Egito, reforçando sua posição sobre uma questão que ameaça atrapalhar os esforços de cessar-fogo.
A questão do controle israelense do corredor de Filadélfia – uma estreita faixa de terra ao longo da fronteira de Gaza com o Egito, tomada por tropas em maio – se tornou um obstáculo central nas últimas negociações para um cessar-fogo e libertação de reféns.
O Hamas exigiu uma eventual retirada total de Israel de Gaza no acordo de trégua de várias fases.
O Egito, mediador nas negociações junto com os EUA e o Catar, também exigiu um cronograma concreto para que as tropas israelenses deixem o corredor da Filadélfia.
Em uma entrevista coletiva na segunda-feira, Netanyahu repetiu sua posição de que Israel deve manter seu controle na fronteira para impedir que o Hamas se rearme por meio do contrabando de armas para Gaza.
“Gaza deve ser desmilitarizada, e isso só pode acontecer se o corredor de Filadélfia permanecer sob controle firme”, disse ele, alegando que as tropas israelenses descobriram dezenas de túneis sob a fronteira.
Ele disse que Israel consideraria se retirar do corredor somente quando tivesse uma força alternativa para policiá-lo.
Mais cedo, um grupo que representa as famílias dos reféns mantidos em Gaza exigiu na quarta-feira que Netanyahu parasse de usar o broche amarelo, um símbolo global de solidariedade aos reféns.
“Pare de criar uma falsa impressão de apoio e de se esforçar para trazer os reféns de volta quando, na realidade, você está fazendo de tudo para torpedear o acordo”, disse o grupo, o fórum Reféns e Famílias Desaparecidas, em um comunicado.
A demanda ocorre em um momento em que protestos abalam Israel pela recente recuperação de seis reféns de Gaza, que, segundo os militares, foram baleados por seus captores do Hamas enquanto as forças israelenses se aproximavam do túnel em que estavam mantidos.
As notícias aumentaram os apelos para que Netanyahu concorde imediatamente com um acordo que libertaria alguns dos reféns que permanecem na Faixa de Gaza em troca de prisioneiros palestinos e uma pausa no combate.
Também na quarta-feira, bombardeios israelenses no sul do Líbano mataram uma mulher e feriram outras duas, incluindo uma criança de 12 anos, informou o Ministério da Saúde libanês.
O ministério não divulgou detalhes sobre a segunda pessoa ferida na cidade de Qabrikha, no sudeste do país.
O Ministério da Saúde também disse que duas pessoas em Khiam e outras três em Houla ficaram feridas após ataques israelenses nas cidades do sul.
O grupo militante libanês Hezbollah também anunciou seis ataques com foguetes e artilharia contra posições militares no norte de Israel.