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Irã interrompe internet e mortes em desabamento de torre chegam a 36


O Irã interrompeu o acesso à Internet para o mundo exterior enquanto manifestantes furiosos protestavam contra o colapso de uma torre no Irã que matou pelo menos 36 pessoas, disseram especialistas.

A interrupção mergulhou a província do sudoeste no isolamento digital, tornando difícil para os jornalistas autenticar eventos no local e para os ativistas compartilharem imagens e organizarem protestos.

É uma tática que o governo iraniano tem empregado repetidamente em tempos de agitação, dizem ativistas de direitos humanos, em um país onde as estações de rádio e televisão já são controladas pelo Estado e os jornalistas enfrentam a ameaça de prisão.

A interferência da internet na província de Khuzestan, rica em petróleo, começou no início de maio, semanas antes do colapso fatal, disse Amir Rashidi, diretor de segurança da internet e direitos digitais do Miaan Group, que se concentra na segurança digital no Oriente Médio.

A província, que abriga uma população de etnia árabe que há muito alega discriminação, foi um ponto de inflamação nos protestos contra a queda da economia e a disparada dos preços dos alimentos básicos.

As interrupções se intensificaram na área após o colapso do Edifício Metropol na semana passada, de acordo com dados compartilhados pelo Miaan Group.


Detritos pendurados no prédio da Metropol na cidade de Abadan, no sudoeste do Irã (Hossein Abdollah Asl, Agência de Notícias Tasnim via AP)

O desastre provocou uma revolta generalizada em Abadan, onde moradores alegando negligência do governo se reuniram todas as noites no local do desabamento para gritar slogans contra a República Islâmica.

Vídeos dos protestos circularam amplamente online, com alguns mostrando policiais batendo e atirando gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

As imagens analisadas pela Associated Press correspondiam a características conhecidas de Abadan, cerca de 410 milhas a sudoeste da capital, Teerã. O número de vítimas e prisões permanece incerto.

Em resposta aos protestos, as autoridades iranianas às vezes fecharam completamente a internet e outras vezes permitiram apenas o uso rigidamente controlado de uma intranet doméstica, informou o Miaan Group.

Durante o dia, as autoridades também parecem restringir as larguras de banda para dificultar o compartilhamento de arquivos grandes, como vídeos, sem sair de Abadan, disse Mahsa Alimardani, pesquisadora sênior da Article 19, uma organização internacional que luta contra a censura.

Na sexta-feira passada, quando grandes multidões saíram às ruas para gritar contra altos funcionários, uma espécie de barricada digital foi erguida entre o Irã e o mundo, mostraram os dados. Apenas alguns sites nacionais aprovados pelo governo podem transmitir conteúdo, mas não sites baseados no exterior.

“Houve um padrão que vimos quando escurece onde o Google não está funcionando, mas o site do Líder Supremo está funcionando bem”, disse Rashidi.

A missão iraniana nas Nações Unidas não respondeu imediatamente ao pedido de comentário.

Enquanto isso, equipes de resgate retiraram mais corpos dos escombros na terça-feira, elevando o número de mortos para 36 em meio a temores de que mais pessoas possam ficar presas nas ruínas.

Cinco das vítimas eram crianças em idade escolar, informou a agência de notícias oficial IRNA. Outras 37 pessoas ficaram feridas no colapso, com duas ainda no hospital.

As autoridades atribuíram a falha estrutural do edifício a práticas de construção de má qualidade, regulamentação frouxa e corrupção arraigada, levantando questões sobre a segurança de torres semelhantes no país propenso a terremotos.

As autoridades informaram que evacuaram os moradores de prédios próximos ao local do desastre, temendo danos estruturais.



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