Incêndio danifica centro de refugiados da ilha grega
Um incêndio em um centro de refugiados na ilha grega de Lesbos, no domingo, causou danos consideráveis a um armazém, mas nenhum ferimento, disse o serviço de combate a incêndios da Grécia.
Foi o segundo incêndio em uma instalação construída para migrantes, depois que um centro de recepção foi incendiado por criminosos desconhecidos na segunda-feira passada.
O armazém, que continha móveis e eletrodomésticos, foi destruído, disse um porta-voz do serviço de combate a incêndios à Associated Press.
Uma investigação sobre o incêndio está em andamento.
O incêndio no centro de refugiados ocorreu em meio a um tenso impasse entre a Turquia e a União Européia sobre quem é responsável pelos milhões de migrantes e refugiados em território turco e os milhares que se reuniram na fronteira grega.
Milhares de migrantes partiram para a fronteira terrestre da Turquia com a Grécia, membro da UE, depois que o governo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou no início deste mês que não impediria mais migrantes e refugiados de cruzarem para países da UE.
A Grécia enviou policiais de choque e guardas de fronteira para repelir as pessoas que tentam entrar no país.
Desde então, a área de fronteira grega tem enfrentado violentos confrontos entre os migrantes e as forças de segurança gregas, com oficiais na Grécia disparando gás lacrimogêneo para bloquear os migrantes e a polícia turca atirando gás lacrimogêneo em seus colegas gregos.
No sábado, jovens atiraram pedras na polícia grega e tentaram derrubar uma cerca na fronteira, numa tentativa desesperada de entrar na Grécia. Pelo menos dois migrantes ficaram feridos nas escaramuças.
Erdogan viajará a Bruxelas na segunda-feira para conversar com autoridades da UE sobre um acordo de 2016 Turquia-UE para conter os fluxos de refugiados para a Europa, que agora entrou em colapso. Os dois lados se acusaram de não respeitarem seus compromissos.
O acordo pedia que a Turquia interrompesse o fluxo de migrantes e refugiados vinculados à Europa em troca de até 6 bilhões de euros (5,2 bilhões de libras) em ajuda aos refugiados sírios em seu território, via rápida adesão à UE e viagens sem visto à Europa para cidadãos turcos.
Erdogan exigiu que a Europa assuma mais o fardo de cuidar de refugiados, acusando a UE de não desembolsar o dinheiro. Ele anunciou que a Turquia, que já abriga mais de 3,5 milhões de refugiados sírios, não seria mais o guardião da Europa.
A decisão irritou os países da UE, que ainda estão lidando com as consequências políticas de uma onda de migração em massa há cinco anos.
Ministros das Relações Exteriores da UE criticaram a Turquia, dizendo que ela está usando o desespero dos migrantes “para fins políticos”.
Milhares de migrantes dormem em campos improvisados perto da fronteira desde que o governo turco disse que estavam livres para ir, esperando a oportunidade de entrar na Grécia.
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