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EUA chega a 100 milhões com vacinas enquanto a Europa enfrenta soluços


Os Estados Unidos colheram os frutos na sexta-feira de sua campanha de vacinação contra a Covid-19, pois se tornou a primeira nação a atingir 100 milhões de pessoas, mas a implantação da Europa enfrentou novos impedimentos e a América do Sul aumentou as restrições em face das crescentes infecções no Brasil.

Os Estados Unidos relataram um aumento repentino no emprego e uma redução nas restrições às viagens ao atingir cerca de metade de sua população adulta com pelo menos uma dose, com o presidente Joe Biden prometendo cobrir a grande maioria dentro de semanas.

Liderada por um renascimento nas indústrias de lazer e hospitalidade, a economia dos Estados Unidos criou gigantescos 916.000 empregos em março, disse o Departamento do Trabalho.

Mas as infecções continuam aumentando em partes dos Estados Unidos, o que levou Biden a pedir aos americanos que continuem usando máscaras e tomando outras precauções para conter a pandemia que matou mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo.

“Eu imploro a você. Não devolva o progresso que todos nós lutamos tanto para alcançar”, disse Biden em um breve discurso.

“Precisamos terminar este trabalho”, disse ele. “Precisamos que todos os americanos se esforcem e mantenham a guarda alta nesta reta final.”

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, por sua vez, atualizaram as orientações para dizer que pessoas totalmente vacinadas podem viajar sem observar quarentenas, embora ainda devam usar máscaras.

Os Estados Unidos sofreram um número catastrófico de Covid em mais de 550.000 mortos, com medidas de saúde polarizando o país desde o ano passado, quando o antecessor de Biden, Donald Trump, criticou as restrições.

Novos problemas na Europa

Os países europeus têm lutado para acelerar a vacinação e vários voltaram a confinamentos impopulares, com a França proibindo encontros ao ar livre de mais de seis pessoas.

Alguns dos problemas de vacinação da Europa vêm de sua dependência do jab AstraZeneca, ainda não aprovado nos Estados Unidos, após relatos de coagulação do sangue.

Esses incidentes são raros e a Agência Europeia de Medicamentos disse que a AstraZeneca é segura. Mas a Holanda na sexta-feira seguiu a Alemanha na suspensão das vacinas para pessoas com menos de 60 anos.

“Devemos errar por excesso de cautela, por isso é sensato pressionar o botão de pausa agora como precaução”, disse o ministro da Saúde holandês, Hugo de Jonge.

Apenas 10 por cento da população total da Europa recebeu uma dose da vacina, e quatro por cento receberam duas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

O diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, classificou a implantação como “inaceitavelmente lenta”.

Também complicando os esforços de vacinação é que a Índia, muitas vezes apelidada de “farmácia do mundo”, desacelerou as exportações enquanto enfrenta um grande aumento.

A Índia tem intensificado as vacinas, expandindo a elegibilidade para todos com mais de 45 anos.

Mas na sexta-feira o país relatou 81.000 infecções diárias e 469 mortes, o maior desde outubro.

Entre os contratantes da Covid-19 estava a lenda do críquete Sachin Tendulkar, que se internou em um hospital de Mumbai por precaução, mas disse que espera voltar para casa em alguns dias.

A China – onde a doença pulmonar surgiu pela primeira vez em 2019, em circunstâncias que continuam sendo um tópico de intensa especulação -, assim como a Rússia, aumentaram as exportações de suas próprias vacinas.

A empresa biofarmacêutica chinesa Sinovac disse que dobrará a capacidade de produção de sua vacina para dois bilhões de doses por ano.

Crescentes preocupações com o Brasil

Uma das piores crises de Covid no mundo está se desenrolando no Brasil, que registrou mais mortes do que qualquer outro país depois dos Estados Unidos, com a impressionante quantidade de 66.500 mortes de Covid-19 apenas em março.

As infecções na América Latina passaram de 25 milhões, de acordo com uma contagem da AFP, provavelmente alimentadas por uma variante aparentemente mais contagiosa detectada pela primeira vez no Brasil.

O Rio de Janeiro ampliou as restrições na sexta-feira, dizendo que as hospitalizações começaram a se estabilizar pela primeira vez em semanas.

“É preciso dar um pouco mais de tempo, por mais difícil que seja para as empresas e para quem procura trabalho ganhar a vida. Essa diminuição do contato pessoal já está dando frutos”, disse o prefeito Eduardo Paes aos jornalistas.

As famosas praias da cidade permanecerão proibidas até 19 de abril, quando o toque de recolher noturno diário também será suspenso.

Mas ele disse que as escolas serão reabertas para aulas presenciais na terça-feira.

A devastação no Brasil amedrontou vizinhos que já lutam contra seus próprios casos crescentes. Peru e Equador anunciaram novas restrições e a Bolívia fechou a fronteira com o Brasil.

“Estamos em um momento muito crítico da pandemia”, disse o porta-voz do governo chileno Jaime Bellolio ao anunciar o fechamento das fronteiras a partir de segunda-feira.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro, um aliado de extrema direita de Trump, descartou os perigos do vírus e divulgou teorias da conspiração, com os chefes militares e ministros do país saindo nos últimos dias em meio à turbulência.

Em um hospital de campanha nos subúrbios de São Paulo, uma médica disse que estava alarmada com a disseminação do vírus – e frustrada ao ver muitos de seus compatriotas ignorando as máscaras, evitando as diretrizes de distanciamento social e até mesmo inundando as festas underground.

“Não vejo diferença no comportamento das pessoas. As pessoas parecem não entender a magnitude disso”, disse a cirurgiã Marise Gomes, de 53 anos.



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