Chefe da UE alerta que novo atraso no Brexit pode ser necessário
A União Europeia e a Grã-Bretanha lutarão para selar um acordo sobre comércio e outros aspectos de seus futuros laços após o Brexit no próximo ano e devem considerar a possibilidade de estender as negociações para além de 2020, disse uma importante autoridade da UE em entrevista.
O Reino Unido está programado para deixar a UE em 31 de janeiro.
Caso isso aconteça, será a primeira vez que um país deixa o maior bloco comercial do mundo.
As negociações entre os demais membros e o governo britânico sobre futuras relações comerciais, de pesca, educação e transporte só podem começar após essa data e devem ser concluídas até o final de 2020.
"Estou muito preocupado com o pouco tempo que temos", disse o presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao jornal de negócios francês Les Echos.
"Parece-me que, de ambos os lados, devemos considerar seriamente se as negociações são viáveis em tão pouco tempo."
"Eu acho que seria razoável fazer um balanço no meio do ano e, se necessário, concordar em uma extensão do período de transição", disse von der Leyen.
Como líder da comissão executiva, von der Leyen dirige a instituição da UE responsável pelas negociações do Brexit e pela negociação de acordos comerciais em nome dos países membros.
Tais pactos comerciais costumam levar anos para serem concluídos, e as empresas temem que o Reino Unido possa enfrentar um novo cenário de Brexit "sem acordo" no início de 2021 se as perguntas sobre se o comércio livre de tarifas com o maior parceiro comercial do país permanecerem sem resposta.
Mas o primeiro-ministro Boris Johnson insistiu que ele não concordaria com qualquer atraso.
Johnson ganhou uma sólida maioria parlamentar nas eleições gerais no início deste mês, o que o ajudou a promover um acordo de retirada do Brexit através do Parlamento.
O projeto de lei do Brexit continha alterações que impedem o governo de estender o período de transição além de 2020.
Nos termos do artigo 50 do livro de regras do Tratado de Lisboa, que rege como os países deixam o bloco, qualquer nova extensão do processo de saída deve ser acordada até 30 de junho de 2020.
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