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Brasil se tornando o ponto mais quente do coronavírus, enquanto testes vacilam


Os casos do novo coronavírus estão sobrecarregando hospitais, necrotérios e cemitérios em todo o Brasil, à medida que o país se aproxima de se tornar um dos pontos quentes da pandemia do mundo.

Oficiais médicos do Rio de Janeiro e de pelo menos outras quatro grandes cidades alertaram que seus sistemas hospitalares estão à beira do colapso ou que já estão sobrecarregados demais para receber mais pacientes.

Os especialistas em saúde esperam que o número de infecções no país de 211 milhões de pessoas seja muito maior do que o relatado por causa de testes atrasados ​​e insuficientes.

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro não mostrou sinais de vacilar com a insistência de que o Covid-19 é uma doença relativamente menor e que não são necessárias medidas amplas de distanciamento social para detê-lo.

Ele disse que apenas brasileiros em alto risco devem ser isolados.

Até agora, o ministério da saúde confirmou quase 53.000 casos de Covid-19 e mais de 3.600 mortes.

Casos e mortes globais de coronavírus. Veja a história SAÚDE Coronavírus. Infográfico PA Graphics

Segundo informações oficiais, o país teve seu pior dia ainda na quinta-feira, com cerca de 3.700 novos casos e mais de 400 mortes, e a sexta-feira foi quase tão sombria.

Especialistas alertaram que um pequeno teste significa que o número real de infecções é muito maior.

E como pode levar muito tempo para que os testes sejam processados, os números atuais realmente refletem as mortes que ocorreram uma ou duas semanas atrás, disse Domingos Alves, professor adjunto de medicina social da Universidade de São Paulo.

“Estamos vendo uma foto do passado”, disse ele na semana passada.

“O número de casos no Brasil é, portanto, provavelmente ainda maior do que o que estamos prevendo.”

Cientistas da Universidade de São Paulo, da Universidade de Brasília e de outras instituições dizem que o número real de pessoas infectadas pelo vírus a partir desta semana é provavelmente de 587.000 a 1,1 milhão de pessoas.

O Ministério da Saúde disse em um relatório no início deste mês que tem capacidade para testar 6.700 pessoas por dia – muito longe dos cerca de 40.000 necessários quando o vírus atingir o pico.

No estado do Rio, todos, exceto um dos sete hospitais públicos equipados para tratar o Covid-19, estão cheios e só podem aceitar novos pacientes depois que outros se recuperarem ou morrerem, de acordo com a assessoria de imprensa da secretaria de saúde.

Parentes choram no local de um enterro em massa no cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, Amazonas (Brasil) (Edmar Barros / AP)

No sábado, a cidade do Rio planeja abrir seu primeiro hospital de campanha, com 200 leitos, metade reservados para terapia intensiva.

Outro hospital erguido ao lado do histórico estádio de futebol do Maracanã oferecerá 400 leitos a partir do próximo mês.

Bolsonaro continuou a rejeitar as terríveis previsões das autoridades de saúde sobre a propagação do vírus no país.

Na semana passada, o presidente demitiu um ministro da Saúde que havia apoiado duras medidas antivírus e o substituiu por um defensor da reabertura da economia.

Sua posição ecoa em grande parte a de seu colega e aliado presidente dos EUA, Donald Trump, que enfatiza a necessidade de colocar as pessoas de volta ao trabalho, à medida que os números de desemprego atingem os níveis da era da Depressão.

Ao contrário de Bolsonaro, no entanto, Trump moderou seu ceticismo sobre o vírus.

A luta para reabrir os negócios “é um risco que eu corro”, disse Bolsonaro na tomada de posse de seu recém nomeado ministro da Saúde, Nelson Teich.

Se a pandemia aumentar, o presidente disse: “cai no meu colo”.



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