Biópsias 3D para entender melhor os tumores cerebrais
Pesquisadores do Instituto de Neurociências da Universidade Autônoma de Barcelona acabam de implementar um novo método de biópsia 3D de glioblastoma, o tumor cerebral mais comum. Isso pode permitir determinar o diagnóstico ou mesmo abrir novos tratamentos.
O glioblastoma é a forma mais comum de tumor cerebral em humanos. Acredita-se que essa forma de tumor afete uma em 100.000 pessoas e o número de casos aumenta para 1 em 33.330 a cada ano. Os glioblastomas podem afetar todas as faixas etárias, mesmo que 70% dos casos tenham entre 45 e 70 anos. De acordo com o jornal médico suíço, “o prognóstico dos pacientes com glioblastoma permanece sombrio, com uma expectativa de vida média de 15 a 17 meses com uma taxa de sobrevivência de 5% em cinco anos”. Normalmente, essa forma de tumor se desenvolve no hemisfério direito ou esquerdo do cérebro, embora seja possível que o glioblastoma se desenvolva em outras partes do córtex cerebral. Para diagnosticá-lo, os médicos irão primeiro solicitar uma bateria de exames neurológicos para determinar sua localização, por meio de um scanner craniano e também de ressonância magnética (RM). É por meio de um novo método de análise de imagens 3D e dados quantitativos que os neurocientistas acreditam que seria possível entender melhor o tumor.
Um método de análise que abre caminho para um melhor diagnóstico e tratamento
“Fornecemos um conjunto de imagens e dados por meio de um procedimento que visualiza a composição celular dos microambientes de tumores humanos” podemos ler no estudo publicado na revista Acta Neuropathologie. Com este novo método de análise 3D, as imagens vão facilitar a compreensão do glioblastoma. “Ele fornece informações mais completas do que as análises 2D normalmente realizadas para o diagnóstico de neuropatologia”, explica Georges Paul Cribaro, um dos autores do estudo. Com essa abordagem 3D, os resultados do trabalho dos pesquisadores mostram as alterações nos vasos sanguíneos do tumor e as prováveis anormalidades da parede vascular que podem dificultar a entrada das células T. São estes os responsáveis pela chamada imunidade celular, pois têm a capacidade de destruir as células infectadas.
As causas do glioblastoma serão menos incertas
Com essa visão 3D, seria possível dividir o tumor em duas áreas. De um lado, o tecido tumoral e, de outro, o estroma, que sustenta o tumor, no qual existem diferentes microambientes imunológicos. “As células do sistema imunológico… são visíveis nas duas áreas, mas são formadas por diferentes subpopulações. Essa diferenciação local e populacional pode ser um fator importante que pode auxiliar no diagnóstico e na busca de novos alvos terapêuticos” diz Carlos Barcia, coordenador do trabalho. Também é possível que esse tumor cresça sem uma causa conhecida e identificada. No entanto, é possível que esse tipo de tumor resulte da irradiação do cérebro.
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