A OMS culpa o comportamento humano mais do que as variantes à medida que o vírus se espalha
O chefe de emergências da Organização Mundial de Saúde diz que o impacto de novas variantes do Covid-19 em lugares como Grã-Bretanha, África do Sul e Brasil ainda está para ser visto, e culpa o comportamento humano por alguns aumentos recentes na contagem de infecções.
“É muito fácil colocar a culpa na variante e dizer: ‘Foi o vírus que fez isso’”, disse o Dr. Michael Ryan aos repórteres.
“Bem, infelizmente, também foi o que não fizemos que fez isso.”
O comentário foi uma alusão à folia festiva e outros contatos sociais, além do afrouxamento da adesão – nos bolsos – aos apelos das autoridades de saúde pública para que as pessoas respeitem medidas como distanciamento físico, higiene regular das mãos e uso de máscara.
Também na sexta-feira, o Comitê de Emergências da OMS emitiu novas recomendações de que os países não devem exigir prova de vacinação para viajantes que chegam em meio à pandemia, dizendo que as decisões sobre viagens internacionais devem ser coordenadas, limitadas no tempo e baseadas nos riscos e na ciência.
“Se você olhar a recomendação feita pelo comitê sobre vacinação para viajantes, ela diz ‘no momento’”, disse o Dr. Ryan.
Ele destacou que tais recomendações observam que as vacinas ainda não estão difundidas e que não está claro se elas evitam a transmissão entre as pessoas.
Declaração sobre a 6ª reunião do Regulamento Sanitário Internacional (2005) Comitê de Emergência sobre #COVID-19https://t.co/bBSBMMOorR
– Organização Mundial da Saúde (OMS) (@WHO) 15 de janeiro de 2021
As recomendações vieram após a primeira reunião do comitê em quase três meses. Para pouca surpresa, o painel concordou que o surto continua sendo uma emergência de saúde global, quase um ano após ser declarado como tal.
O conselho vem enquanto os países lutam para combater as novas variantes que geraram preocupações sobre uma disseminação acelerada do vírus – e geraram novas medidas de bloqueio em lugares duramente atingidos como a Europa.
O governo britânico proibiu viagens da América do Sul e de Portugal – uma importante porta de entrada de voos do Brasil – para tentar evitar que a variante brasileira chegue ao Reino Unido e prejudique seu programa de vacinação.
O comitê disse que encorajaria os estados “a implementar abordagens coordenadas, limitadas no tempo e baseadas em evidências para medidas de saúde em relação a viagens internacionais”.
Ele também pediu aos fabricantes de vacinas que tornassem os dados sobre os produtos mais disponíveis para a OMS, dizendo que atrasos podem afetar sua capacidade de fornecer listas de uso de emergência que poderiam permitir “acesso equitativo à vacina”.
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